A Stellantis está em busca de soluções para retomar o crescimento dos negócios após registrar uma queda de quase 50% nos lucros no primeiro semestre de 2024. O CEO da empresa, Carlos Tavares, manifestou grande insatisfação com os problemas de qualidade na linha de produção, que têm atrasado a entrega de veículos fabricados nos Estados Unidos e gerado custos adicionais que a companhia não pode arcar.
Tavares, um engenheiro que se tornou executivo, destacou que a necessidade de corrigir falhas em modelos como a Ram 1500 imediatamente após saírem da linha de produção e antes de serem despachados, não apenas atrasa os prazos de entrega, mas também aumenta os custos gerais de produção. Além disso, ele expressou preocupação com possíveis novos problemas de qualidade que podem surgir durante esses reparos pós-produção.
“O terceiro impacto é que isso pode criar outras questões de qualidade se não for feito corretamente,” relatou o Auto News citando Tavares. “Quando você faz um reparo fora da linha principal, sempre há o risco de resolver um problema e criar outro”, disse Tavares.
Problemas da Stellantis
Os fabricantes automotivos monitoram a quantidade de veículos que saem da linha sem necessidade de retrabalho, conhecida como taxa de execução direta. Tavares afirmou que as taxas em suas fábricas precisam melhorar.
“A taxa de execução direta em algumas das nossas plantas, começando pela fábrica onde é feita a Ram 1500, não está boa,” declarou o executivo. “E isso é algo que precisamos corrigir com nossa equipe de gestão da planta.”
Tavares fez essas declarações aos jornalistas após a Stellantis anunciar resultados financeiros desanimadores para o primeiro semestre do ano, revelando uma queda de 48% nos lucros. A montadora atribuiu grande parte dessa queda ao desempenho decepcionante no mercado norte-americano, onde as vendas caíram 16%, contrastando com os resultados robustos relatados por outros fabricantes no mesmo período.
Concessionárias da Stellantis já haviam reclamado à empresa sobre preços elevados e a dificuldade em obter modelos com alta demanda, apesar das marcas da empresa manterem mais estoque do que qualquer concorrente. Tavares mencionou que cortes de preços não estão fora de questão, mas ressaltou que essas reduções teriam que ser compensadas por cortes nos custos.
Acha que a Stellantis vai conseguir solucionar seu problema de qualidade nos EUA? Deixe nos comentários a sua opinião.