Se você ainda não assistiu , melhor pular essa matéria pois ela contém spoilers. A série mais assistida da história da Netflix pode até ter tido poucas participações automotivas, basicamente restritas a modelos da Hyundai e da Kia aparecendo levemente na tela, mas houve uma referência a um importante fato histórico: a greve da fábrica da SsangYong.

Alerta de spoiler!

Seong Gi-Hun, o protagonista da série e vencedor do Jogo da Lula, relatou durante a série da Netflix que era trabalhador da Dragon Motors e que foi um dos demitidos após uma gigantesca greve. O que muitos não notaram é os caracteres coreanos que compõem o nome SsangYong significam par de dragões.

A greve não ganhou muito tempo de tela em Round 6, para além de um flashback. Seong Gi-Hun conta sobre os acontecidos após ele e seu grupo fazerem uma barricada com as camas no dormitório de Round 6. Ele relembra que foi agredido durante a greve, mas que um de seus colegas foi morto durante o conflito com a polícia.

Sua demissão gerou problemas com dívidas e que só foram solucionados entrando para o macabro Jogo da Lula, retratado pela Netflix. E de fato o protesto com mortes aconteceu. Em 2009 a SsangYong entrou com pedido de falência. A dívida girava em torno de US$ 258 milhões (R$ 1,46 bilhão) e a fabricante precisava passar por um processo de reestruturação.

Um dos pontos principais era a demissão de 2.600 funcionários da fábrica de Pyongtaek, Coreia do Sul. Contudo, a fabricante propôs condições ruins para os funcionários e a falta de acordo entre a companhia e o sindicato levou a uma grande greve. Ao todo foram 77 dias e 974 trabalhadores ocupando a fábrica, sendo muitos feridos e até mortos no conflito.

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