Se hoje em dia a moda é criar versões aventureiras de caminhonetes, agradeça à Ford por isso. Em 2010, a marca norte-americana introduziu a primeira F-150 Raptor da história. O que parecia ser somente uma versão especial, se tornou essencial na linha de caminhonetes da Ford e se espalhou para mais dois modelos.
Inicialmente, a ideia da Ford com a F-150 Raptor era que a divisão de veículos especiais, SVT, mostrasse uma abordagem oposta ao que foi a Lightning original. Seu nome, inclusive, era F-150 SVT Raptor. Enquanto a Lightning era focada em performance no asfalto, com suspensão baixa e carroceria esportiva, a Raptor iria para a terra, mas com velocidade.
Era comum nos EUA modificações das caminhonetes para dar a elas um visual mais parrudo e aventureiro. Uso de alargadores de para-lama, para-choques recuados e recursos off-road extras se tornaram populares e a Ford queria um pedaço disso. Por isso, anabolizou a F-150 Raptor com tudo que encourou.
Primeira fase
A caminhonete ganhou carroceria alargada, para-lamas com plásticos pretos, adesivos em todos os cantos, novo capô, frente mais agressiva com o nome Ford em letras garrafais e até novas luzes. Mas, como havia intervenção da divisão SVT, ela não era apenas um carro para mostrar, mas sim para andar.
A equipe especial da Ford planejou a caminhonete para que ela se tornasse um carro de baja. Ou seja, uma caminhonete com forte vocação off-road, mas para atravessar desertos e superfícies ruins acelerando com tudo. A ideia era que, o que a Lightning fazia no asfalto, pudesse ser feito com a Raptor, só que na terra.
Ela trouxe novo layout de suspensão de curso longo, reforços inúmeros de chassi, diferencial de deslizamento limitado, coberturas e proteções na parte inferior da carroceria, pneus off-road e sistemas eletrônicos de auxílio a condução na terra. O motor era sempre V8, variando entre um 5.4 nos primeiros anos, passando para o Boss 6.2 depois.
Segunda fase
Apesar de seu sucesso, a Ford tirou a Raptor de linha em 2015, quando a décima terceira geração da F-150 foi apresentada. A caminhonete passou por um hiato de três anos, quando voltou sem o nome SVT. Todas as melhorias feitas na geração anterior foram ampliadas com o uso de sistemas eletrônicos de gerenciamento de tração, motor e câmbio.
Dessa vez ela só teve uma opção de motor, o 3.5 EcoBoost V6 biturbo pareado a uma transmissão automática de dez marchas. Só que agora a F-150 Raptor não estava mais sozinha. Em 2019, a Ford introduziu o segundo modelo da gama, a . Assim como sua irmã maior, ela também era uma versão mais bruta.
A ideia foi seguida à risca: carroceria alargada, suspensão mais parruda e complexa, diversos reforços estruturais e na parte inferior da carroceria. Só o motor que não empolgava, pois era um 2.0 quatro cilindros biturbo diesel que hoje a Ranger usa nas versões comuns lá fora. O câmbio era o mesmo automático de dez marchas da F-150 e da atual Ranger.
Só que a partir de 2021, tivemos a verdadeira solidificação da linha Raptor. A F-150 Raptor chegou a sua terceira e atual geração. Ela manteve o motor 3.5 V6 biturbo, mas ganhou a opção R com motor 5.2 V8 supercharger, que agradou mais aos fãs. O motor é o mesmo do Shelby GT500 e atualmente entrega absurdos 720 cv.
Um ano depois, chegou a segunda geração da Ranger Raptor, igual à que temos no Brasil. A caminhonete passou por um verdadeiro tratamento off-road, com suspensão com leituras eletrônicas de solo, melhorias substanciais de chassi e capacidade de fazer de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos em qualquer terreno. O motor é um 3.0 V6 biturbo gasolina.
No mesmo ano, a linha Raptor deixou de ser exclusiva para caminhonetes e partiu para seu primeiro SUV. Baseado na Ranger, o Bronco Raptor surgiu como variante mais parruda do modelo. Ele usa o mesmo V6 biturbo da irmã, mas tem suspensão nova e a possibilidade de rodar sem tetos e portas. De todos os modelos, o Bronco Raptor é o menor.
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