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Polêmico salvador da pátria

Não odeie o Chevrolet Agile, ele salvou a GM

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Chevrolet Agile [divulgação]

Quando se tratam dos carros menos prestigiados do Brasil, certamente o Chevrolet Agile entra na lista. Quer seja pelo seu visual desengonçado ou pelo fato de usar plataforma de um carro velho. Só que, por mais que ele tenha suas questões, não odeie o Agile. Ele foi o responsável por salvar a GM.

Quando o Chevrolet Agile foi lançado em 2009, a GM passava por um período conturbado. Os EUA estavam em crise a ponto de que Ford, GM e Chrysler quase faliram. A marca do oval azul vendeu várias marcas, a dona da Chevrolet fechou marcas deficitárias e a Chrysler foi vendida para a Fiat.

Aqui no Brasil, passávamos por um período de transição, onde a Chevrolet deveria deixar de vender carros da Opel para ter modelos próprios ou feitos por outras divisões da Chevrolet no mundo. Era preciso substituir o Corsa C provisoriamente pois o desenvolvimento de uma nova família de modelos genuinamente Chevrolet ia começar. Mas o orçamento era raso.

Chevrolet Agile [divulgação]

O que temos em casa?

A solução foi pegar a plataforma do Corsa B, que ainda sobrevivia através do Classic, repaginar tudo e lançar um novo hatch. Como as minivans estavam na moda na época e o Volkswagen Fox comprovou que um hatch altinho poderia render mais status, a Chevrolet teve isso em mente ao desenvolver o Agile.

O modelo deveria ter um design bem mais harmônico, como o conceito GPiX antecipou. Mas o corte de custos era necessário, por isso partes estruturais do Corsa Classic foram usadas e o visual foi alterado. Ainda assim, conseguiram fazer um hatch altinho e bem mais espaçoso do que o modelo que compartilhava plataforma.

Chevrolet Agile [divulgação]
Chevrolet Agile [divulgação]

Da prateleira veio o motor 1.4 aspirado, que servia como um símbolo de status para dizer que o Agile estava acima do Corsa e do Celta porque tinha um motor mais forte. Soluções criativas no interior disfarçaram a simplicidade do projeto e traziam essa sensação de tratar-se de um carro mais sofisticado que o Corsa.

Resultado resultante

O Chevrolet Agile nunca vendeu extraordinariamente bem, mas foi mais do que a GM precisava. Afinal, o desenvolvimento dele foi pago e, graças ao Agile, a marca teve dinheiro suficiente para bancar criação da plataforma GSV que deu vida a Onix, Prisma (segunda geração), Cobalt e Spin.

Chevrolet Agile [divulgação]

O quarteto GSV se tornou de extrema importância, porque fez a Chevrolet ter o carro mais vendido do Brasil (Onix), o sedã mais comercializado do país (Prisma) e trouxe Cobalt e Spin como modelos globais. A dupla foi vendida até no Uzbequistão, onde o Cobalt segue vivo até hoje. Ou seja, se não fosse pelo Agile, a GM poderia nem estar mais por aqui hoje.

A produção do Agile, que foi toda feita na Argentina, durou até 2016, dois anos depois de sair de linha no Brasil. No país vizinho ele fez mais sucesso, por isso teve sobrevida. Vale lembrar que ele mudou de visual em 2013 e durou apenas alguns meses a mais por aqui.

Chevrolet Agile [divulgação]

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