Algumas montadoras tem o costume de substituir um carro por outro equivalente, mas com outro nome. Isso acontecia com a Peugeot antes dos modelos com final 8 e é comum na Fiat uma troca de batismo entre gerações. Contudo, alguns carros que duraram somente uma encarnação foram tão importantes que é difícil entender porque não foram para frente.
A lista considera somente carros produzidos ou vendidos no Brasil e o número de gerações que eles tiveram por aqui. Um dos modelos da lista, por exemplo, teve três gerações ao todo. Mas somente uma delas foi vendida por aqui.
Fiat Punto
E é justamente o Fiat Punto esse caso anteriormente citado. Ele nasceu em 1993 e morreu em 2018, contando com três gerações ao longo do tempo. Entretanto, aqui no Brasil ele só chegou em 2007 e morreu em 2017. E foi o modelo que provou que a poderia vender carros mais sofisticados que um Palio.
Até a chegada do Punto, modelos acima de Palio, Siena e Weekend eram sempre um fracasso nas vendas. Especialmente no segmento de médios. O Punto fazia a ponte entre as duas pontas, sendo considerado um compacto premium, mais sofisticado que o campeão de vendas. Ele acabou por trilhar o caminho para o Argo, que hoje vende muito bem.
Peugeot 206
Peugeot mais vendido da história, o 206 foi uma verdadeira revolução quando foi lançado em 1998. Seu visual arredondado, esportivo e ousado era diferente de tudo que havia nas ruas. Além disso, trazia interior mais sofisticado e dirigibilidade apurada. Não atoa é produzido até hoje no Irã praticamente idêntico ao jeito que foi lançado.
O Peugeot 206 marcou toda uma nova era para a marca francesa, ditou design de seus irmãos e até de outros modelos rivais e é cultuado até hoje. A única questão é como ele foi substituído. Aqui deu lugar a uma reestilização e foi rebatizado de 207. Lá fora, um hatch compacto bem maior, devidamente chamado de 207, tomou seu lugar.
Volkswagen up!
Poucos carros fizeram tanto barulho quanto o Volkswagen up!, mas venderam uma parte ínfima do que causaram nas redes sociais e rodas de conversa. O up! ganhou vida nova quando adotou o motor 1.0 TSI. Ele provou que motores pequenos turbinados podem ser econômicos e entregar boa performance. Tanto que muita gente acha que ele é esportivo (e não é).
O up! TSI ganhou fama entre os jovens e preparadores, tal qual o Subaru Impreza lá fora. É mais raro ver um up! 100% original do que algum que não tenha passado por, no mínimo, um envelopamento de alguma parte da carroceria, uma mudança de roda ou até alterações mecânicas. Por causa do up! TSI, hoje temos muitos hatches compactos 1.0 turbo.
Chevrolet Agile
A primeira geração do Onix, a segunda do Prisma, o Cobalt e a Spin tem que agradecer ao Agile por existirem. O hatch compacto surgiu no momento em que a Chevrolet estava em crise econômica e precisava rápido de um modelo para fazer dinheiro. Pegou a base do Corsa de 1994, que era mais barata, e fez um hatch mais caro para chamar atenção do mercado.
Com custo de produção baixo, soluções criativas, mas desenho polêmico, ele vendeu suficientemente bem para pagar pelo desenvolvimento da plataforma GSV. A base totalmente nova serviu ao quarteto mencionado anteriormente. Ou seja, sem o Agile, o Onix nunca existiria e a Chevrolet não teria se tornado líder de mercado.
Toyota Etios
Até a chegada do Etios, a Toyota não oferecia um produto sequer que fosse mais barato que o Corolla. A marca atuava sempre do segmento médio para cima, mas com o Etios a japonesa desceu ao degrau dos carros populares. Ele começou derrapando, com acabamento ruim, visual polêmico e poucos itens de série.
Mas por que o Etios é tão importante? Ele trilhou o caminho para o Yaris e provou que a Toyota também sabia fazer um carro popular. Além disso, a marca japonesa mostrou o quão rápido responde às solicitações do mercado: ano após ano, o Etios ganhou mudanças e melhorias pedidas pelos consumidores e pela crítica. Até ser esquecido por causa do Yaris.
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