Se hoje as montadoras estão correndo atrás das chinesas para ter carros híbridos e elétricos, a Chevrolet já tinha antecipado essa tendência há muito tempo. Depois do GM EV1, o primeiro carro elétrico de produção no mundo, ela lançou o Chevrolet Volt. Um modelo de 2010, mas que antecipava uma tecnologia que vemos somente hoje nos carros.

Oferecido nos EUA como Chevrolet Volt, na Austrália como Holden Volt, na China como Buick Velite 5 e na Europa como Opel Ampera, esse hatch médio tranquilamente poderia ser lançado novamente hoje em dia e ainda soar moderno. Ao longo de duas gerações, o modelo vendeu cerca de 177 mil unidades, sendo quase todas como Chevrolet nos EUA.

O projeto do Chevrolet Volt iniciou em 2006 durante a presidência de Bob Lutz na GM. A ideia era criar um carro amigável ao meio ambiente e que fosse avançado tecnologicamente. E estamos falando de uma época em que não existia Tesla, a BYD não era ninguém no mundo e nem o Nissan Leaf tinha sido lançado.

Como tudo começou

A ideia inicial da Chevrolet era criar uma base e uma arquitetura eletrônica que permitisse usar a combinação de um motor a combustão com qualquer tipo de combustível (etanol, gasolina, diesel, célula de combustível) em combinação a um motor elétrico. As baterias foram um desafio na época, obrigando a GM a tentar com vários parceiros.

O princípio da tecnologia do Chevrolet Volt era funcionar como um elétrico com autonomia estendida, de maneira mais simples que um híbrido plug-in. Contudo, em um sistema bem semelhante ao sistema e:HEV da Honda, mas com possibilidade de carregamento, e parecida com a lógica dos sistemas PHEV de BYD e GWM.

O Chevrolet Volt contava com motor elétrico de 150 cv e 37,7 kgfm de torque que era o único responsável por fazer o carro se movimentar. Como a tecnologia de baterias ainda não era suficiente na época, tanto que ele usava um sistema de 16,5 kWh, a GM recorreu a uma ajuda bem conhecida.

O motor 1.4 Ecotec aspirado da Chevrolet foi usado como gerador de energia elétrica para o sistema do Volt. O motor era retrabalhado para baixar muito o consumo, atingindo apenas 80 cv para preservação de energia. Com isso, caso a autonomia elétrica de 56 km fosse encerrada, entrava em ação o motor a combustão.

Com isso, o Chevrolet Volt conseguia rodar 610 km com um tanque e bateria cheios. A autonomia foi ampliada a 61 km em 2013 com a atualização das baterias para 16,5 kWh, depois novamente atualizada em 2015 para um conjunto de 17,1 kWh. Para ajudar a reduzir o consumo, o visual do carro foi todo trabalhado para reduzir arrasto aerodinâmico.

Reedição

A ideia do Chevrolet Volt funcionou tão bem, que ele ganhou uma segunda geração em 2016. O modelo passou a ser feito sobre a mesma plataforma do Cruze e teve mudanças significativas. O motor cresceu para 1.5 aspirado e foi a 101 cv, só que era ainda mais econômico. 

O motor elétrico mudou para 149 cv e 29,9 kgfm de torque, sendo levemente inferior ao modelo anterior. Contudo, ele ficou bem mais leve por conta das novas baterias. A primeira geração pesada 1.721 kg, enquanto o modelo novo batia os 1.607 kg. A autonomia elétrica também era maior, atingindo 85 km com uma carga.

Como resultado, a Chevrolet prometia uma autonomia total de 680 km. Como o novo motor era mais eficiente, o Volt fazia 37,5 km/l contra 34,7 km/l do modelo anterior. O visual se alinhou mais com os modelos da marca, mas mantinha características fortes dele. Exceto no interior, que era mais refinado e menos exótico.

Como a tecnologia dos carros elétricos avançou muito rápido, o Chevrolet Volt de segunda geração não foi tão bem nas vendas. A crise financeira fez com que a GM fechasse a fábrica de Detroit, a qual fazia o Volt, encerrando sua produção em fevereiro de 2019. Indiretamente, ele foi substituído pelo Bolt, que era 100% elétrico.

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