Tem gente que ainda não sabe que o ESP significa Programa Eletrônico de Estabilidade – há quem chame, também, de controle eletrônico de estabilidade – tampouco que a tecnologia está completando 25 anos. O primeiro modelo equipado de série com o sistema foi o Mercedes-Benz Classe S, em 1995.
Se lá fora o equipamento já é obrigatório em 100% da frota desde o início da década, por aqui ainda engatinha, afinal, a regra passou a valer neste ano para qualquer veículo (segmento leve) novo que tenha entrado no mercado. Em 2022 nenhum carro poderá ser oferecido por aqui sem o item, conforme resolução 567/15 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Desenvolvido pela Bosch, o ESP equipa 82% dos veículos de passeio e picapes mundo afora.
Pesquisadores da Bosch estimam que, só na União Europeia, o sistema anti-derrapagem já salvou mais de 15 mil vidas desde 1995. Assim como o cinto de segurança e o air bag, o ESP é um dos mais importantes itens de segurança disponíveis em um veículo.
Funcionamento
O Programa Eletrônico de Estabilidade é um item essencial, especialmente quando as rodovias estão molhadas, escorregadias, ao desviar de obstáculos inesperados como, animais na estrada ou até mesmo ao fazer uma curva brusca e fechada. Até 80% de todos os acidentes por derrapagem podem ser evitados com o ESP®. Essa tecnologia combina as funções do sistema antitravamento de frenagem e o TCS (Sistema de Controle de Tração), além de detectar movimentos de derrapagem do veículo e agir de forma a neutralizá-los prontamente.
O sistema utiliza informações sobre a dinâmica do veículo para detectar se ele está na mesma direção em que o motorista deseja. Caso haja discrepância, o ESP intervém. Basicamente, sensores inteligentes auxiliam na comparação do ângulo de esterço e a trajetória do veículo 25 vezes por segundo. Se os dois divergirem, o ESP® reduz o torque do motor automaticamente e freia as rodas individualmente – evitando a derrapagem do veículo.
História e aprimoramentos
A história começou lá nos anos 1980 graças aos esforços individuais da Bosch e da Daimler-Benz na busca por mais estabilidade para os veículos. Entre 1992 e seu lançamento no mercado, especialistas das duas empresas trabalharam em conjunto no projeto.
O lendário ‘teste do alce’ (1997) ajudou o sistema a alcançar um importante marco na história: na presença de uma revista automotiva sueca, um Mercedes-Benz Classe A capotou enquanto realizava uma manobra de desvio abrupta. Como resposta ao ocorrido, a Mercedes decidiu tornar o ESP um item obrigatório em seus veículos e, desde então, cada vez mais montadoras seguiram o mesmo exemplo.
Tanto que, a partir de novembro de 2011, na Europa, o sistema passou a ser obrigatório em novos modelos de veículos de passeio e comerciais e, desde 1 º de novembro de 2014 em todos os novos veículos de passeio e comerciais. Na Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Equador, Israel, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Rússia, Coréia do Sul, Turquia e Estados Unidos o sistema também passou a ser legalmente obrigatório ou, até mesmo, um comprometimento individual das montadoras.
Mesmo datada de 1995, a tecnologia não tem nada de desatualizada, afinal, a Bosch tem aprimorado continuamente seu sistema anti-derrapagem que, de acordo com especialistas da marca, é a base tecnológica para muitas funções de assistência e direção autônoma – aquelas, vistas nos modelos atuais, que ajudam o motorista a dirigir mesmo sem interferência em pedais e volante, como a famosa frenagem automática de emergência, por exemplo.
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