Quando pensamos em pinturas icônicas da F1, um carro que sempre vem à mente é o Lotus preto e dourado usado por Emerson Fittipaldi, Ayrton Senna e tantos outros pilotos. Outro modelo marcante é o McLaren caixinha de cigarro dos títulos do Ayrton, os carros amarelos da Jordan, o Jaguar verde com rodas douradas e o vermelho imponente da Ferrari.
Acontece que a era de carros coloridos da Fórmula 1 parece ter acabado. Nos últimos anos, o uso excessivo de fibra de carbono sem pintura se proliferou no grid. Neste ano, os carros de Williams, Sauber, Haas e Alpine chamaram a atenção pela ausência de pintura em várias partes dos bólidos, e muitos fãs estão questionando como isso aconteceu.
O maior exemplo dessa mudança de realidade é a Alpine. Até o ano passado, o azul era predominante nos bólidos da divisão esportiva da Renault. Em algumas corridas, o rosa foi utilizado, por conta do patrocínio master da equipe. Já neste ano, rosa e azul são meros detalhes, com a fibra de carbono exposta ocupando o maior espaço da carenagem.
Peso dos carros da F1
A mudança de regulamento de 2022 mudou drasticamente os carros de F1. Isso resultou em um maior peso dos bólidos, algo que já vem acontecendo há diversos anos. Primeiro que os reforços estruturais necessários foram, aos poucos, aumentando o peso dos carros.
Depois, desde 2014 a Fórmula 1 utiliza propulsores híbridos, com baterias para armazenamento de energia. E, com a mudança de regulamento de 2022, as rodas se tornaram maiores. Como metal pesa mais do que borracha, era inevitável evitar um aumento do peso dos conjuntos.
Atualmente, o peso mínimo de carro de F1 é 798 kg. Mesmo sendo o equivalente a um Renault Kwid, é um peso bastante alto quando comparado com alguns modelos do passado da categoria. O problema é que as equipes estão com dificuldade de atingir este mínimo, já que quanto mais pesado o carro, mais lento ele será.
Corte de custos
E o atual teto de gastos tem sido um limitador. Quando a Fórmula 1 não limitava o orçamento das equipes, era possível gastar recursos em busca de peças mais leves. Sem contar que o uso do túnel de vento não era tão restrito como hoje. Dessa forma, era possível testar diversas soluções possíveis.
Hoje, tudo isso é mais restrito. Sem poder gastar rios de dinheiro em pesquisa e desenvolvimento, as equipes elegeram a pintura como uma solução rápida e prática. Um carro de F1 não é realmente pintado, na verdade ele é envelopado. Mesmo assim, a pintura pode adicionar até 5 kg no peso final. Ou seja, retirar os adesivos e deixar somente a fibra de carbono ajuda, consideravelmente, na missão de chegar perto do peso mínimo da categoria.
Há alguns anos, alguns times começaram a utilizar pinturas foscas em seus carros. Na época, a alegação era a mesma, de que o material sem brilho pesava menos, reduzindo o peso em cerca de 3 kg. Só que agora nem mesmo isso tem sido suficiente, e o jeito é apelar para a fibra de carbono exposta.
Há solução para a F1?
Infelizmente, é difícil pensar em alguma solução. Poderia existir alguma regra que impedisse esse processo, mas seria uma intervenção muito severa da FIA. Outra possibilidade seria aumentar o peso mínimo dos carros, mas todo mundo já reclama que os carros atuais são grandes e pesados. Até mesmo os pilotos.
Dessa forma, parece inevitável que os bólidos da F1 se tornem carros totalmente pretos e com a fibra exposta. A esperança é que o regulamento de 2026, que vai diminuir um pouco o tamanho e o peso dos bólidos, possa ajudar os times a voltar com as pinturas coloridas. No fim, categorias como a Indy e o WEC estão dando aos fãs do automobilismo carros bem mais interessantes de se ver.
Qual o seu carro de F1 favorito? Deixe nos comentários a sua opinião.
>> Renault Kwid elétrico agora custa menos de R$ 100 mil
>> Honda faz recall em 750 mil carros por problema no airbag
>> Mercedes-Benz CLE cabriolet tem bancos que repelem raios do sol