Inovador em todas suas gerações, o Citroën C3 sempre figurou em sua categoria, apesar de ter predicados para o sucesso. Com linhas chamativas em suas três vidas brasileiras, o modelo é a porta de entrada da marca francesa para o público brasileiro. Conheça um pouco mais sobre a vida desse hatch francês com sotaque carioca.
A primeira vez que os brasileiros tiveram contato com o C3, foi em 2003. Ele é o segundo modelo da marca francesa que teve sua produção nacionalizada, mais precisamente na fábrica em Porto Real, no Rio de Janeiro. Sua inspiração vem do icônico Citroën 2CV, um modelo que explodiu em vendas após a Segunda Guerra Mundial. O C3 chegou em 2003 para incorporar um segmento que estava surgindo, o de hatches compactos premium.
Seu desenho era diferente, o qual priorizava a altura. Desse modo, havia uma ampla área envidraçada e também maior espaço para a cabeça dos passageiros. Se por fora ele chamava a atenção, por dentro também. Em uma época distante, seu painel de instrumentos digital era uma coisa surpreendente. Seu painel tinha dois tons de acabamento e linhas arredondadas, bom espaço interno e até mesinhas do tipo avião estavam presentes no novo hatch.
Lista de equipamentos do C3 fazia inveja
No início da década de 2000, os modelos não eram tão bem equipados como vemos hoje. Quando chegou o C3 Exclusive, sua versão topo de linha, vinha com faróis de neblina, direção elétrica, bancos revestidos de veludo, ar-condicionado e mais itens. Isso era impensável para a época para um modelo como ele. Quando chegou, só tinha as versões GLX 1.4 de 8 válvulas ou a Exclusive 1.6 de 16 válvulas. Esta última ainda tinha freios a disco nas quatro rodas com ABS.
O Citroën C3 inaugurou uma nova plataforma, que era mais simples de produzir do que a do Peugeot 206, seu irmão e mais barato na época. Eles compartilhavam alguns componentes, e os motores eram alguns deles. O 1.4 rendia 75 cv e não é muito bem visto. Por sua vez, o 1.6 é usado até hoje, mais de 20 anos depois do lançamento dos modelos. Este propulsor é tão guerreiro que equipa o 208, o C3 atual e o SUV compacto C4 Cactus.
Como o C3 de primeira geração tinha linhas mais suaves, rapidamente ele se tornou o popular “carro de mulher”. O termo problemático, só é usado para reforçar estereótipos e é ultrapassado. Em meados de 2008, o C3 ganhou sua primeira reestilização. A grade pintada em preto era descartada e junti vinha uma moldura cromada. Seu para-choque ganhou novas linhas também. Aqui, ganhou a popularidade do câmbio AL4, um automático de 4 marchas. Mas, ele não é tão querido assim.
Chega a segunda geração
Em 2012, o Citroën C3 ganha sua segunda geração. Tão arredondada quanto a primeira, essa transmitia um ar mais imponente e sofisticado. Ele recebeu o famoso para-brisa Zenith, aquele que o vidro ia até a metade do teto. Nessa geração, o C3 abandou o painel digital e ganhou o mesmo painel do C3 Picasso, analógico, redondo e dividido em três seções. O motor 1.4 de 8 válvulas virou o 1.5 e o 1.6 de 16 válvulas recebeu comando de válvulas variável. Nessa época, o câmbio AL4 recebeu uma mudança e passou a se chamar AT8.
Pouco depois, a Citroën colocou um ponto final na vida do motor 1.5 e nos apresentou o C3 1.2 Puretech. Mais atual e tecnológico, ele era de três cilindros e rendia 90 cv. Seu foco era o baixo consumo de combustível e maior eficiência energética. Este propulsor vinha importado da Europa e tinha tecnologia flex e não precisava do tanquinho de partida a frio. Em 2017, a marca instalou o câmbio automático Aisin de 6 velocidades e matou de vez o AL4. Isso deu um gás no C3, mas sua vida já não era a mesma.
O Citroën C3 de segunda geração viveu até 2021, todavia já não vendia tanto quanto sua vida anterior. Foi um modelo honesto e bastante chamativo para sua época. Mas, tudo mudou em 2022. Após a PSA se unir ao grupo Stellantis, a terceira geração do C3 foi apresentada e faz bastante sucesso. Hoje, ele tem versões com o motor 1.0 Firefly e seu 1.6 lá da primeira geração. Ele vive feliz e bem quadradinho, uma carroceria que nunca teve por aqui.
Hoje, ele continua sendo primo do Peugeot 208, mas é também do Fiat Argo, Fiat Mobi e de tantos outros modelos. Como agora existe esse conglomerado, o C3 conseguiu se reerguer em vendas e também deixou a Citroën em uma situação mais confortável. Já que seu nome é tão marcante na história da montadora francesa, era de se esperar que a terceira geração do compacto seguisse toda sua trajetória e continuasse sendo o C3 que impactou o mercado em 2003.
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