Com o alto custo na produção de veículos novos batendo à porta, a Ford está buscando maneiras de economizar o máximo possível. Prova disso, é que a marca diminuirá drasticamente a quantidade de opcionais e pacotes de seus carros, além de prolongar a vida de uma geração para além de apenas uma reestilização de meia vida.
Segundo informações publicadas pelo , através da entrevista com Kumar Galothra, presidente da Ford, o movimento de corte da marca do oval azul começará com a F-150. “Nos próximos meses reduziremos a combinação de opcionais da F-150 em uma magnitude nunca antes vista”, comenta o executivo.
“De um ano/modelo para outro, estamos falando de 2.400 componentes da F-150. Isso significa testar e gerenciar a qualidade de menos peças”, completa Galothra. O mesmo movimento acontecerá com o SUV Explorer, que terá reduzida a combinação atual de 500 itens para apenas 20.
Padrão Brasil
Esse movimento há tempos é visto no Brasil, onde as montadoras vendem carros em versões fechadas, oferecem poucas opções de cores e, raramente, ofertam opcionais. Com menos itens soltos em pacotes ou individuais, a produção fica mais rápida e menos custosa, além de facilitar a revenda do carro.
Nos EUA, basta entrar no configurador de uma Ford F-150 para ver a infinidade de opcionais e tipos de componentes que podem ser combinados a versões diferentes. É praticamente impossível que uma caminhonete saia idêntica à outra, dada a enormidade de opções de itens extras, cores e motores para uma mesma versão.
A ideia da Ford é que esse tipo de redução drástica de equipamentos extras, que devem ser incorporados em pacotes ou como itens de série, economize algo na casa de US$ 30 milhões (R$ 1,5 bilhões) por ano. Isso é considerando só o movimento que será feito em F-150 e Explorer, não em todos os modelos da marca.
Vida longa ao Ford
Além disso, a longevidade das gerações dos carros da Ford será esticada. Houve um tempo em que as marcas faziam reestilizações anuais, mas agora as mudanças de estilo são aplicadas a cada três ou quatro anos, com mudança de geração feita entre seis a dez anos de vida útil do carro.
A ideia da Ford é aumentar esse tempo de vida com mais de uma reestilização no meio do caminho. E isso valerá tanto para carros a combustão, quanto para os elétricos. “No passado, nossa indústria tinha muito dinheiro para gastar trocando estamparia para os produtos parecerem dramaticamente diferentes ou só sutilmente reestilizados”, explica Galothra.
Só que agora, segundo o executivo, o foco está em recursos eletrônicos: “o consumidor valoriza o software com cada vez mais coisa. E a beleza das atualizações pela nuvem é que você pode oferecer um monte de coisa legal para o consumidor todo ano, sem precisar trocar de carro.
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