Quando o Effa M100, primeiro carro chinês vendido no Brasil, desembarcou em 2007, a promessa era de custo-benefício: oferecer mais que os rivais e cobrar menos por isso. Isso se seguiu com JAC, Chery e Lifan, por muitos anos. Mas, de uns tempos para cá, elas têm se equiparado às marcas internacionais e chegaram a um ponto de virada nos modelos de passeio.
Hoje não existe mais um carro chinês no Brasil que custe menos de R$ 150 mil. Mas como o preço inicial de um carro chinês chegou a tamanha cifra? Simples: o investimento em segmentos mais rentáveis e o abandono total de segmentos populares e de alto volume. JAC e Chery foram protagonistas nessa virada, mas a BYD também tem sua culpa.
SUVs e elétricos
Para chegar onde chegaram, as marcas chinesas precisaram evoluir e muito. Os primeiros modelos tinham acabamento terrível e construção descuidada, mas o preço era baixo e a lista de itens de série era generosa. Os modelos foram evoluindo, ganhando sofisticação, mais tecnologia e acabamento melhor.
Só que os modelos populares não conseguiam competir com os de marcas estabelecidas. Por isso, as chinesas começaram a investir em SUVs e carros elétricos. Como a China é especialista em elétricos, o investimento faz sentido. Já quanto aos SUVs, é a categoria da moda e que permite ter mais lucro por carro vendido. Mas em ambas, o preço é mais alto.
Saída dos populares
Em 2022, a elevação do ticket médio das marcas chinesas foi evidente. Não somente porque o preço médio do carro no Brasil subiu (e muito), mas pelo corte de modelos baratos feitos por JAC e Chery. A marca controlada pela foi a primeira, tirando de linha os nacionais Tiggo 2 e Tiggo 3X. Eles eram os únicos com preço abaixo de R$ 100 mil.
É da CAOA Chery o carro chinês mais barato do Brasil: o pequenino elétrico iCar de R$ 149.990. Ele, aliás, é também o menor carro à venda no país e único modelo puramente movido a baterias da marca chinesa. Ela têm investido forte em SUVs, mas seu segundo modelo mais barato é o sedã Arrizo 6 Pro Hybrid de R$ 149.990.
Entre os SUVs, a CAOA Chery começa com o Tiggo 5X nas versões Pro de R$ 164.990 e Pro Hybrid de R$ 169.990. OTiggo 7 traz opções Pro de R$ 191.140, Pro Max Drive ou Pro Hybrid pelos mesmos R$ 199.990. Daí em diante, só preços acima de R$ 200 mil. Já o Tiggo 8 Max Drive sai por R$ 214.990, enquanto o Pro Plug-in Hybrid sai por R$ 279.990.
Já a JAC cortou toda a sua linha de modelos a combustão agora quase na virada do ano. Com isso, a marca chinesa deixou de ter modelos abaixo dos seis dígitos e agora passa a vender somente carros 100% elétricos, o que aumentou seu tícket médio. Prova disso, é que existem somente dois JAC abaixo de R$ 200 mil.
Começa com o E-JS1 de R$ 159.900 e termina com a versão aventureira EXT, exclusiva do Brasil, de R$ 174.900. A gama JAC fecha com E-JS4 por R$ 249.900, E-J7 por R$ 259.900 e a picape E-JP8 de R$ 369.900.
Por fim, apostando no segmento de luxo, a BYD tem D1 e Song Plus por R$ 269.990, Tan por R$ 529.890 e Han por R$ 539.990.
>>CAOA Chery registra imagens de patente do Arrizo 8 no país
>>JAC oficialmente para com carros a combustão no Brasil
>>BYD confirma chegada do Yuan Plus para o Brasil ainda em 2022