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VW Nivus Highline só não tira dez por dois motivos | Avaliação

 Um dos SUVs mais vendidos do Brasil, o VW Nivus continua sendo um ótimo produto, mas o acabamento ainda é um de seus maiores problemas

VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]
VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]

O VW Nivus é um dos SUVs mais vendidos do Brasil, sendo atualmente o quinto modelo mais comercializado, e o segundo mais vendido da Volkswagen. Lançado no Brasil em 2021, sendo um projeto desenvolvido todo por aqui, ele agradou tanto que acabou ganhando uma versão europeia, o Taigo, e por aqui deve receber uma reestilização ainda neste ano.

Por isso, testar a versão Highline do SUV, neste momento, ajuda a entendermos se ainda vale a pena comprar o modelo agora, ou se é melhor esperar pela reestilização, que não tem uma data confirmada para estrear. Nas próximas linhas, entenda essa questão e como foi conviver com o VW Nivus durante uma semana.

Visual do VW Nivus

Antes de falar como o SUV anda, acho que vale a pena falarmos sobre o seu design. Mesmo sendo um velho conhecido, e estando no mercado há três anos, o Nivus segue chamando a atenção. A cor da unidade testada, o Cinza Moonstone, divide opiniões. Eu acho que ela já deu o que tinha que dar, e prefiro o Vermelho Sunset, mas muitas pessoas que andaram no carro comigo ainda tecem elogios a ela. 

VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]
VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]

É inegável que o Nivus é um dos SUVs mais bonitos do mercado. Seu caimento semelhante ao de um cupê, aqui, foi extremamente bem executado. Diferentemente do que acontece com o Fiat Fastback, o modelo da Volkswagen é extremamente proporcional e não transmite nenhuma estranheza ao olhar. 

Mesmo que os carros da marca alemã sigam uma identidade visual bastante semelhante, o Nivus consegue se destacar. Sua dianteira, inclusive, inspirou a reestilização de alguns modelos, como a Saveiro e, de certa forma, o Virtus. Mesmo estando prestes a mudar de visual, ainda é impressionante como o SUV se mantém atual.

VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]

Ao volante

Dirigir o Nivus é o ponto alto do modelo. Curiosamente, sua posição de dirigir lembra mais a de um hatch do que de um SUV, o que é positivo para mim. É possível deixar o banco baixo e o volante próximo, graças ao ajuste de profundidade e de altura da coluna de direção. Além disso, o acerto de suspensão é bastante bom, nem castigando a coluna em pisos irregulares, e nem sendo irritantemente macia. Está no ponto certo.

Assim como é comum em carros com direção elétrica, a do Nivus também é bastante anestesiada, mas é bem leve em manobras e tem um bom peso ao dirigir em rodovias. O conforto a bordo, para quem viaja na frente, também merece destaque, com os bancos abraçando bem o corpo e não cansando, mesmo após várias horas ao volante.

[Auto+/Leo Alves]

Desempenho

Equipado com o propulsor 1.0 turbo TSI de 128 cv, com etanol, e 116 cv, com gasolina, sendo o torque sempre de 20,4 kgfm, independentemente do combustível, o SUV dá conta do recado. Quando o recebi, ele estava abastecido com etanol, como ficou evidenciado ao dar partida em dia frio, por conta do cheiro característico do combustível.

Com etanol, o Nivus é bem mais esperto, e até mesmo o atraso de resposta do acelerador fica menos evidente. Nesse combustível, ele fez até 12 km/l, segundo o computador de bordo, em circuito misto entre rodovias e cidades. Oficialmente, os dados de consumo são 8,3 km/l, na cidade, e 9,9 km/l, na estrada, no caso do uso de etanol.

[Auto+/Leo Alves]

Depois, foi a hora de abastecê-lo com gasolina, para ter um parâmetro entre os dois. Com o combustível fóssil, o comportamento do Nivus muda de maneira espantosa. Ele fica mais letárgico, o câmbio automático de seis marchas parece ainda mais lento, e o atraso de resposta do acelerador fica mais evidente. 

Para contornar esse delay, uma solução sem modificações é colocar o modelo no modo Sport. No entanto, é comum que donos do SUV façam uma programação diferente, via software, para reduzir esse atraso na resposta. Com gasolina, o computador de bordo marcou um consumo de até 16 km/l, também no ciclo misto, e os dados de consumo oficiais dizem que ele faz 11,9 km/l, na cidade, e 14,1 km/l, na rodovia, com o combustível derivado do petróleo.

Onde o VW Nivus decepciona

[Auto+/Leo Alves]

Não tem jeito, realmente o acabamento do VW Nivus é bastante frustrante. No Polo, o interior já é bastante criticado, mesmo o hatch sendo mais barato. Mas no SUV, a situação realmente é frustrante. Hoje, a versão Highline custa R$ 151.590. Com a cor Cinza Moonstone, o valor salta para R$ 153.340. E, mesmo assim, o acabamento é bastante simples.

Na linha 2024, a Volkswagen tentou dar uma melhorada, com detalhes em couro no apoio de braço das portas dianteiras e uma faixa no painel, mas mesmo assim não convenceu. Até mesmo o couro do volante tem uma aparência simples, sendo bem menos refinado que o do Taos, por exemplo. Tudo bem que o SUV médio é de uma outra categoria e custa mais, mas trata-se da versão mais completa do Nivus. Merecia algo melhor.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Espaço interno também não é um dos pontos fortes do carro. Por utilizar a plataforma do Polo, com entre-eixos de 2,56 m, o Nivus é apertado no banco traseiro. Ao menos o porta-malas é bom, com 415 litros de capacidade. 

A central multimídia VW Play é um outro ponto polêmico. Nos testes, ela respondeu bem, não travou e funcionou perfeitamente. Apenas houve um certo atraso na conexão inicial sem fio com o Android Auto. Entretanto, donos do carro me relataram que já enfrentaram problemas com a central, precisando ir até uma concessionária algumas vezes. Não é raro encontrar relatos na internet apontando para problemas com a tela.

VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]
VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]

Veredito

Mesmo estando perto de uma reestilização, o VW Nivus ainda é um bom carro. O visual não deve mudar tanto assim, mas talvez fosse mais interessante esperar alguns meses para comprá-lo, ou então tentar algum desconto na concessionária. O SUV é bastante agradável, tem um bom desempenho e consumo, mas se o espaço traseiro é fundamental para você, talvez fosse melhor optar pelo VW T-Cross ou algum outro concorrente.

Para quem não precisa levar sempre alguém no banco de trás, o Nivus pode ser uma boa opção. Mas é preciso ficar atento ao lançamento da versão reestilizada. Principalmente porque ela deve ter alguma versão com o motor 1.4 turbo, o que melhoraria bastante o seu desempenho.

VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]
VW Nivus Highline [Auto+/Leo Alves]

Gosta do Volkswagen Nivus? Teria o modelo? Deixe nos comentários a sua opinião.