Preciso ser muito honesto aqui. Por mais que seja uma pessoa alta (1,87 m de altura), eu gosto de carros pequenos. Tive por seis anos um Volkswagen up! TSI e me divertia muito com ele. Por isso, carros de porte mais compacto sempre me encantaram. Esportivos então, nem se fala. E aí que vem o Mini Cooper.
Fazia anos que eu não dirigia um Mini Cooper, o que me fez esquecer o quão divertido esse carro é. E também o quão único. Afinal, que outro carro, além do Mini Cooper, entrega esportividade de verdade, mas em uma embalagem pequena? E não vale falar Fiat 500 Abarth porque agora ele é só elétrico.
É kart sim
A BMW nunca exagerou quando disse que o Mini Cooper tem a dinâmica de um kart. Por ser um carro muito pequeno e com as rodas posicionadas nas extremidades, ele consegue ser extremamente ágil nas curvas. Você mal gira o volante e a frente já aponta na curva.
A traseira assenta de maneira exemplar que não o faz parecer um carro de tração dianteira. Triunfo da suspensão retrabalhada que manteve a esportividade na condução, mas agora não destrói mais as suas obturações. Sim, segue um carro duro, mas não mais um tijolo com rodas.
A direção é pensada para a diversão mais pura. Rápida, levemente durinha e muito precisa. Além disso, a reestilização trouxe um novo volante com aro mais grosso, o qual contribui muito para uma condução mais apurada e divertida. Em curvas, outro hatch de tração dianteira que o supera é só o Honda Civic Type-R.
Coração de gente grande
Mesmo pequeno, o Mini Cooper tem pimenta. Afinal, é equipado com motor 2.0 quatro cilindros turbo que é usado no e no Série 3, só que bebendo só gasolina. Ao todo são 204 cv e 30,6 kgfm de torque em um carro de 3,86 m de comprimento — ou seja, menor que um Fiat Argo.
A nova geração do Mini Cooper recebeu uma transmissão nova, a automatizada de dupla embreagem com sete marchas. O conjunto funciona muito bem para fazer o Cooper ser espertinho e rápido. Acelera sem medo e dispara fácil como se fosse um carro bem maior.
É interessante que a comunicação entre o motor e a transmissão foi bem feita, ainda que ela pareça demorar a fazer as trocas em alta rotação. Vale ressaltar que o Mini Cooper conta com o modo de condução Go-Kart no qual o som do motor é amplificado para dentro sem parecer artificial ou forçado.
Diversão ao volante
Enquanto o exterior tem pontos polêmicos na reestilização, especialmente a traseira que não ficou legal, a cabine ganhou mais alegria. Há tempos os carros da Mini tentam ter interior de BMW, que é mais classudo e sisudo, o que não combina com a aura alegre da marca.
Isso foi corrigido no novo Mini Cooper, mesmo que às custas de uma simplificação de acabamento. Não há tantas superfícies macias, mas a faixa larga de tecido no painel e nas portas traz uma pegada interessante e mais jovial. O visual, inclusive, é até mais retrô.
Destaque maior vai para a central multimídia com tela redonda OLED de altíssima definição. Ela é fácil de mexer e tem visual diferente, além de contar com o painel de instrumentos. Por sorte, há head-up display, uma falta que o Volvo EX30 cometeu ao usar solução semelhante.
Veredicto
Do ponto de vista racional, vale a pena pagar R$ 239.990 pelo Mini Cooper S de entrada ou R$ 269.990 no Exclusive? Claro que não. Há carros bem maiores e mais luxuosos pelo mesmo valor. Mas quem busca um Mini Cooper não se importa com isso.
Afinal, seu público está em busca de diversão ao volante o tempo todo, mas sem precisar apelar para um carro de grande porte ou esportivamente inconveniente. Ele é usável no dia-a-dia, charmoso com seu estilo clássico e agora sem uma suspensão dura como antes. É um brinquedo caro, mas divertidíssimo.
Você teria um Mini Cooper? Conte nos comentários.