Parece que foi ontem, mas dez anos passaram como um sopro. À época do lançamento, em setembro de 2014, o Mercedes-Benz GLA custava na faixa de R$ 154.000 na geração X156, sendo importado inicialmente da Alemanha.
Dois anos mais tarde, no segundo semestre de 2016, o Mercedes-Benz GLA passou a ser produzido em Iracemápolis (SP), dividindo a linha de montagem com o Classe C W205. Eram bons tempos em que um sedã da Mercedes-Benz custava praticamente o mesmo que um Honda Civic Touring, embora menos equipado de série.
Agora, na geração H247, o Mercedes-Benz GLA não apenas melhorou a habitabilidade, como também ganhou uma ajuda elétrica para aumentar a experiência de condução. Só que tudo isso cobra um preço.
Quanto custa?
Se antes custava abaixo de R$ 200.000, dez anos depois passou a custar R$ 369.990 na configuração GLA 200 AMG Line. Além dessa versão, também são oferecidas as opções GLA 200 Progressive (R$ 339.990) e a esportiva Mercedes-AMG GLA 35 4Matic (R$ 531.990), com 306 cv, tração integral 4Matic e 0 a 100 km/h em 5,2 segundos.
Uma década é suficiente para algo evoluir substancialmente. Foi o que aconteceu com esse Geländewagen (veículo para caminhos difíceis, em tradução livre do alemão). A letra G identifica os utilitários esportivos da Mercedes-Benz, homenageando o clássico e inoxidável Classe G.
Um Mercedes-Benz GLA mais espaçoso
Mais encorpado em relação ao antecessor, o Mercedes-Benz GLA aprimorou a habitabilidade. Mais belo por fora e melhor resolvido internamente, ele segue no páreo contra os conterrâneos Audi Q3 (entre R$ 297.990 e R$ 358.990, ou de R$ 349.990 a R$ 378.990 na carroceria Sportback) e o BMW X1 (a partir de R$ 299.950 na sDrive 18i GP).
Na ponta da fita métrica, o Mercedes-Benz GLA 200 AMG Line mede 4,41 m de comprimento, 1,83 m de largura, 1,61 m de altura e 2,72 m de entre-eixos. É um aumento significativo nas dimensões em relação à carroceria X156, o que privilegiou o espaço para até cinco ocupantes.
No passado, dependendo da estatura dos ocupantes, havia uma sensação de claustrofobia, seja pela linha de cintura alta da carroceria, seja pelo console central elevado.
Uma vez dentro, o Mercedes-Benz GLA entrega o conhecido esmero do fabricante de Stuttgart, com a aplicação de bons materiais e arremates no acabamento, além de uma posição de condução facilmente ajustável pelos comandos elétricos localizados nas laterais das portas. Certos detalhes não podem mudar em um carro da Mercedes-Benz!
Se a marca da estrela de três pontas trilhou um caminho de rejuvenescimento para atrair novos compradores de todas as faixas etárias atualizando as linhas do exterior, por dentro a sensação é a mesma. Esqueça o quadro de instrumentos analógico com agulhas laranjas do velocímetro e do RPM do Classe E W210 e as teclas numéricas do Classe C W204. Tudo ficou mais clean.
De algum tempo para cá, a marca passou a priorizar o MBUX (Mercedes-Benz User Experience) com comandos de voz para facilitar a vida do condutor. O sistema multimídia de 10,25 polegadas oferece uma interface intuitiva, permitindo acessar a função desejada com poucos cliques. Além de prático, também transmite informações como saúde do motor, potência e torque utilizados, e dados de consumo.
O quadro de instrumentos de 10,25 polegadas possui ótima resolução e pode ser configurado ao gosto do proprietário por meio das teclas táteis no volante, embora eu particularmente não goste muito delas. É uma questão de preferência!
Elogios também ao ar-condicionado THERMOTRONIC de duas zonas e ao desenho dos bancos esportivos, que acomodam bem o corpo, oferecendo abas laterais generosas. A função de Cinética realiza pequenos movimentos para evitar o cansaço em longos deslocamentos ou no trânsito.
A visibilidade é boa à frente e lateralmente, mas a traseira é ligeiramente comprometida pelo estilo da carroceria e o desenho do vidro. Algo que também ocorre no Land Rover Range Rover Evoque. Independente disso, há sensores e câmera de ré para facilitar manobras e balizas.
Quem viaja atrás encontra o mesmo padrão de acabamento da porção dianteira da cabine, com materiais de qualidade e bem feitos. Os 2,72 m de entre-eixos (eram 2,69 m no antigo) asseguram um bom espaço para as pernas e joelhos dos ocupantes traseiros.
O porta-malas oferece uma capacidade de 425 litros, com tampa motorizada na abertura/fechamento. Apesar disso, esse volume fica abaixo do Audi Q3 (530 litros) e do BMW X1 (476 litros).
Agora sou um híbrido-leve!
A propulsão é garantida pelo motor de quatro cilindros 1.3 turbinado, desenvolvido em parceria com a Renault, acoplado ao câmbio de dupla embreagem e sete marchas. Estão disponíveis 163 cv a 5.500 rpm e 27,5 kgfm de 2.000 a 3.000 rpm. Com o sistema elétrico de 48 volts, há uma ajuda elétrica que fornece 14 cv extras, melhorando acelerações e retomadas.
Ao trafegar no modo Eco com o pé leve no acelerador, é acionada a função Sailing, que aproveita a inércia para beneficiar o consumo. Segundo o Inmetro, esse Mercedes-Benz crava 11,4 km/l na cidade e 12,4 km/l na estrada, usando apenas gasolina. No GLA não eletrificado, o consumo era de 11,1 km/l e 13,6 km/l, respectivamente.
O motor 1.3 turbinado com sistema MHEV entrega um desempenho apenas condizente, enquanto o seletor de modos de condução traz ainda os modos Normal, Sport e Individual, que ajustam a entrega do desempenho.
Embora o câmbio demore para responder às solicitações, ele conta com borboletas atrás do volante para trocas sequenciais. Em contrapartida, o Mercedes-Benz GLA 200 AMG Line promove um bom conforto graças à calibração das suspensões, que utilizam arquitetura McPherson à frente e Multilink atrás, absorvendo bem as irregularidades do asfalto e contribuindo para a dinâmica.
A direção eletricamente assistida é rápida ao esterço e ao retorno. Embora use grandes rodas de 20 polegadas, os pneus de perfil 45 não comprometem o conforto, mas exigem atenção aos buracos e remendos do asfalto. O isolamento acústico da cabine é eficiente, mantendo grande parte dos ruídos indesejados do lado de fora.
Já para quem busca desempenho, o 0 a 100 km/h é realizado em 8,9 segundos, com velocidade máxima de 210 km/h, segundo o .
Veredicto Mercedes-Benz GLA 200 AMG Line
O Mercedes-Benz GLA 200 AMG Line é uma opção para quem gosta dos carros da marca e faz questão de estar a bordo de um modelo com o emblema da estrela de três pontas. Mas, ele custa apenas R$ 7.000 a mais que um Classe C 200 AMG Line de geração W206, que é maior, mais espaçoso e requintado.
Diante dos concorrentes, o Mercedes-Benz GLA custa quase o equivalente ao BMW iX1 totalmente elétrico (a partir de R$ 362.950). Ou seja, a vida do GLA 200 AMG Line não é fácil. Em todo caso, vale dar uma conferida também nas concessionárias da Audi antes de fechar negócio com esse Mercedes-Benz. Vai por mim!
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