Quando pensamos em aviões de espionagem, o Lockheed SR-71 Blackbird é uma referência inevitável. Desenvolvido pela engenharia da Skunk Works, o SR-71 foi amplamente utilizado em missões de espionagem durante a Guerra Fria, um conflito indireto entre os Estados Unidos e a União Soviética que começou em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, e durou até a dissolução da URSS em 1991.
A fuselagem em formato de delta, pintada de preto, foi projetada para absorver calor e ondas de radar, maximizando sua capacidade de operar em alta velocidade e invisibilidade.
Exibindo um visual escurecido semelhante ao do Lockheed SR-71 Blackbird, o Jeep Compass Blackhawk apresenta uma pegada furtiva e um sobrenome conhecido também aplicado ao helicóptero Sikorsky UH-60 Black Hawk.
O que é o Jeep Compass Blackhawk?
Saindo dos ares para o chão, esta configuração é uma das novidades da linha 2025 do Jeep Compass, que custa a partir de R$ 279.990 na tonalidade preto Carbon, posicionando-se acima da versão Overland Hurricane (R$ 266.990).
Com uma estética mais agressiva do que as versões T270, que possuem um motor 1.3 16V turbo de injeção direta com 185 cv e 27,5 kgfm (etanol), o Jeep Compass Blackhawk traz uma proposta diferente e fora da cartilha da eletrificação.
Rápido como um míssil terra-ar
Sob o capô, encontra-se o motor 2.0 Hurricane 4 turbinado, em conjunto com um câmbio automático de nove marchas, entregando 272 cv e 40,8 kgfm. Toda essa potência é transmitida ao solo pela tração integral sob demanda e o contato garantido pelos pneus de medidas 235/45.
Essa mecânica, emprestada da caminhonete Ram Rampage, também está presente no irmão maior Commander, o qual é encontrado em opções com cinco ou sete lugares. Obviamente, ao volante do Jeep Compass Blackhawk, a sensação de potência superlativa ao que estamos acostumados ao SUV da Jeep é evidente desde os primeiros metros.
Assim como um motor responde ao comando da manete de aceleração, o Jeep Compass Blackhawk arranca com força ao pressionar o pedal direito. O baixo turbolag (sensação de atraso antes do turbocompressor entrar em ação) evidencia o comportamento ríspido deste SUV médio.
Além de oferecer acelerações fortes e rápidas retomadas de velocidade, o câmbio ZF9HP, fornecido pela, funciona de maneira técnica. Essa combinação permite ao Compass Blackhawk rodar na estrada a 120 km/h em nona marcha, com o conta-giros abaixo das 2.000 rpm, garantindo uma condução silenciosa.
As diferenças em relação às versões T270 são claras, especialmente nas reduções, onde a caixa automática, dependendo da situação, desce brevemente da nona para a quinta marcha. Para quem prefere mudanças sequenciais, é possível utilizar as borboletas atrás do volante ou a alavanca seletora de marchas.
Claro, um ronco mais esportivo saindo das duas saídas de escape, como na Ram Rampage R/T ou no extinto Punto Blackmotion, teria sido um toque extra interessante.
A relação peso-potência de 6,32 kg/cv e peso-torque de 42,2 kg/kgfm possibilita ao Jeep Compass Blackhawk ir de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos e alcançar uma velocidade máxima de 228 km/h. Para comparar, o Compass S T270 cumpre a mesma prova em 10,3 segundos e atinge 206 km/h.
Forte e dinamicamente bem acertado
Em acelerações fortes, é possível ouvir o sopro do turbocompressor e a válvula de alívio em ação – um prato cheio para quem gosta de preparação! A primeira marcha do câmbio automático de nove marchas é bem reduzida, mas na cidade é possível rodar em sexta ou sétima marcha a baixas velocidades. Embora não haja um modo Sport.
Para quem busca um SUV com ótimo desempenho, o Jeep Compass Blackhawk ainda transmite uma dinâmica bem calibrada. As suspensões independentes nos quatro cantos são mais firme que no Compass S, mas na medida certa, elas filtram e absorvem bem as irregularidades do piso, além de inibir a rolagem da carroceria ao ingressar mais fortemente nas curvas.
Mesmo em asfalto mal pavimentado, o conjunto não transmite batidas secas mesmo utilizando pneus de perfil 45. O ângulo de entrada de 21,7º e a altura livre do solo de 19,8 cm garantem que o Compass Blackhawk enfrente lombadas e valetas sem problemas. A direção assistida eletricamente é rápida e precisa.
Como já diria o ditado “cavalo que anda é cavalo que bebe”, segundo o Programa de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, o Jeep Compass Blackhawk crava 8,3 km/l e 11 km/l na gasolina (não é flex). E se tudo o que anda uma hora precisa parar… Os discos de freio são maiores na dianteira com 330 mm contra 305 mm no Compass S T270.
Como é o interior do Jeep Compass Blackhawk?
Embora seja um SUV com um desempenho de arrancar sorrisos, o Jeep Compass Blackhawk mantém as características de um projeto lançado em 2016, mas reestilizado em 2021.
Apesar de não oferecer um espaço interno de sala de estar e capacidade volumétrica do porta-malas de 476 litros (1.180 após o rebatimento dos bancos traseiros), a cabine apresenta um bom acabamento e atenção aos detalhes.
Entre os itens de série, destacam-se o quadro de instrumentos totalmente digital de 10,25 polegadas e o sistema multimídia de 10,1 polegadas, com interface simples, conectividade Android Auto e Apple CarPlay sem fio, e carregador de smartphone por indução. O sistema de som é assinado pela composto por oito alto falantes mais subwoofer e 506 watts de potência sonora.
Com 4,40 m de comprimento, o espaço para as pernas e cabeça dos passageiros traseiros é adequado, graças aos 2,63 m de entre-eixos e à altura de 1,64 m. A posição de dirigir é confortável, com bancos fontais reguláveis eletricamente (o do motorista em seis posições) que agradam pela densidade das espumas e abas laterais pronunciadas.
Em segurança, o Jeep Compass Blackhawk oferece sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do condutor), controles eletrônicos de tração e estabilidade, e o pacote ADAS de assistentes à condução, incluindo o assistente ativo de direção, muito solicitado pelos consumidores.
O pacote de anjos de guarda ainda inclui os assistentes de subida e descida, reconhecimento de placas de trânsito, detector de fadiga do motorista, controle eletrônico anti capotamento, aviso de colisão frontal com frenagem de emergência com detecção de automóveis, pedestres e ciclistas, além de detecção de trafego cruzado traseiro e monitoramento de pontos cegos, para citar.
Veredicto
O Jeep Compass Blackhawk vai na contramão da eletrificação. No entanto, existem concorrentes nessa faixa de preço, como o GWM Haval H6 PHEV34, que custa R$ 279.000. Embora tenha 393 cv e 77,7 kgfm, o SUV da precisa estar com a bateria totalmente carregada para entregar todo o seu poderio auxiliado pela eletrificação.
No caso do SUV da Jeep, basta completar o tanque de gasolina e curtir todo o desempenho do motor Hurricane 4 atrelado à caixa automática de nove marchas.
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