Desde que foi lançado no Brasil, o Jeep Compass nunca teve no quesito performance seu grande atributo. O antigo motor 2.0 aspirado era ok para ele, enquanto o atual 1.3 turbo vai um pouco além do suficiente. Já o diesel entrega forte torque, mas não é rápido. Só que agora o novo Compass Blackhawk e o Overland mudam tudo isso.
Atuando como novas versões topo de linha da gama nacional do Compass, as versões Overland 2.0 Hurricane e Blackhawk 2.0 Hurricane pegaram emprestado da prima o motor a gasolina. Trata-se do 2.0 quatro cilindros turbo de 272 cv e 40,8 kgfm de torque.
Esse é o Jeep Compass mais potente do mundo e da história, sendo que nem fora do Brasil o modelo é oferecido ainda com esse motor. Como resultado, ele virou um canhão que faz de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos — tempo que, antigamente, era considerado de esportivo.
Entrega em parcelas
O que é interessante é que o Compass não entrega toda força com brutalidade. Ao arrancar, ele sai de maneira linear, chega até a cantar pneu, mas não gruda o motorista no banco. Só que é assustador que, ao olhar para o velocímetro, você já passou há tempos de 100 km/h.
Em retomadas, depois de vencer o forte delay do acelerador, o Jeep Compass com motor 2.0 turbo acelera fortíssimo, mostrando que a velocidade máxima de 228 km/h não é difícil de ser alcançada. A transmissão automática de nove marchas trabalha em favor disso, com trocas muito suaves, mas rápidas.
Dinâmica de Jeep
Diferentemente da Rampage, a Stellantis deixou o Compass se comportar como um Jeep. Ou seja, nada de som estrondoso no interior ou pegada esportiva nas curvas. Ele se mantém como antes, mas com uma pimenta a mais. A suspensão foi toda retrabalhada, assim como o sistema de freios, com discos maiores na dianteira.
Isso resultou em um carro que se mantem firme nas curvas, mas que vence lombadas sem dificuldades ou buracos fortes sem reclamar. Ele não balança nas estradas sinuosas, mas tende a dar leves passarinhadas na dianteira ao acelerar forte. Ele não dá tanta confiança ao colocar o velocímetro acima do limite da via.
Já a direção foi recalibrada e está mais firme do que antes. Só que ele tem uma curiosa característica. Se você mantém o sistema de manutenção em faixa ligado, a direção fica molenga e morta ao centro. Ao desligar, a assistência volta ao normal. Esperamos que isso seja uma característica de modelos pré-série.
Caminhos da Honda
Algo a ser elogiado é o trabalho intenso da Stellantis no aprimoramento dos sistemas de condução semi-autônoma no Compass. O modelo recebeu ADAS nível 2 com sistema de manutenção e centralização de faixa aprimorados, junto de piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência e alerta de trafego cruzado.
A chatice de antes de corrigir exageradamente a posição do motorista ao volante passou, assim como o piloto automático adaptativo agora funciona de maneira muito melhor do que antes. A Honda foi referencia para o projeto todo desenvolvido no Brasil e está bem próximo ao que a marca japonesa faz.
Com o piloto automático adaptativo funcionando junto do sistema de manutenção e centralização em faixa, o Compass dirige praticamente sozinho. Só que, a Jeep instalou sensores no volante que detectam na hora se o motorista tira as mãos. Em situação de ausência por muito tempo, ele breca forte rapidamente para acordar o motorista, caso ele eventualmente esteja dormindo.
Receita de sempre
Além da nova grade frontal e das rodas de liga-leve modificadas, o Compass Blackhawk e o Overland trazem como principal novidade a saída dupla de escape na traseira adornada por plástico preto na versão de pegada esportiva e de cinza na mais elegante. Para ver detalhes da linha 2025, clique aqui.
O acabamento interno segue o que sempre foi feito, com ótimos encaixes, qualidade de materiais e telas fáceis e boas de serem usadas. O revestimento de couro com suede é presente só na versão Blackhawk, vale ressaltar, já que a Overland traz couro somente. O porta-malas é elétrico só na Blackhawk e carrega 410 litros.
Veredicto
Ao posicionar o Compass Blackhawk por R$ 279.990 e o Overland por R$ 266.990, a Jeep criou uma boa fórmula de custo-benefício-diversão. É o SUV médio mais rápido que temos feitos no Brasil e que adiciona às suas já boas características, um motor bem potente e divertido de dirigir.
Ou seja, as novas versões 2.0 quatro cilindros turbo usam tudo que o Compass já tinha de bom e que fez sua fama no Brasil, mas agora adicionam um novo predicado que ele nunca teve: andar muito.
Você teria um Jeep Compass com motor 2.0 turbo? Qual sua versão preferida? Conte nos comentários.
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