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Melhor que Toro e Rampage?

Ford Maverick Lariat é quase um sedã com caçamba | Avaliação

 Confortável, veloz e com bom consumo, a Ford Maverick agrada quem gosta de dirigir, embora tenha alguns pontos negativos curiosos

Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]
Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]

A Ford Maverick caiu nas graças do público norte-americano, principalmente por ser um dos carros mais baratos da terra do Tio Sam. No Brasil, sua realidade é bastante diferente, já que ela ocupa uma faixa de preço mais alta, sendo mais cara que a versão topo de linha da Fiat Toro, ao mesmo tempo que custa R$ 25 mil a menos que a Ram Rampage de entrada.

Na linha 2024, a caminhonete trouxe algumas mudanças, mas ainda sem a reestilização que estreou há pouco no exterior. Ainda não existe uma previsão de chegada do modelo com o novo visual no Brasil, então nos resta avaliar o modelo atual, que agrada tanto ao volante que causou até um comparativo inusitado para o do Auto+. Em breve você saberá o que aprontamos.

Mesmo sendo menor do que uma Ranger, a Ford Maverick não é exatamente um veículo pequeno. O comprimento é de 5,07 m, com largura de 1,84 m. O entre-eixos é grande, com 3,07 m, mas isso não significa que há um grande espaço interno, como será mostrado mais para a frente. Ao menos a caçamba é grande, tendo 946 litros de capacidade, mas só sendo capaz de levar 617 kg de carga, o que é menos do que uma Fiat Strada.

Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]
Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]

Isso entrega a real faceta da Maverick. Seu objetivo não é ser uma caminhonete super robusta e capaz de levar até os meteoritos recolhidos da Lua, como a Renault Oroch. Seu maior mérito é conseguir unir a dirigibilidade de um sedã, com a versatilidade que só uma caçamba é capaz de proporcionar.

Ford Maverick ao volante

Dirigir a Maverick realmente é o ponto alto da caminhonete. É possível até esquecer de que se trata de um veículo utilitário. Encontrar uma boa posição de dirigir é fácil, graças ao ajuste elétrico do banco do motorista. A coluna de direção, com ajuste de altura e profundidade, também permite uma fácil acomodação.

Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]
Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]

Só a posição de dirigir que lembra mais a de uma minivan, ou um SUV alto, que entreguem que se trata de uma caminhonete. O motorista fica sentado como se estivesse em uma poltrona, com as pernas próximas de 90º. Entretanto, o comportamento da Maverick mistura um grande conforto ao rodar e uma suspensão de acerto impecável nas curvas.

A direção, com assistência elétrica, tem um bom peso, ficando mais firme conforme a velocidade aumenta. E o motor 2.0 turbo de 253 cv e 38,7 kgfm de torque, atrelado ao câmbio automático de oito marchas, entrega um desempenho forte e dá conta de levar os 1.744 kg da picape.

Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]
Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]

As respostas são rápidas. Basta acelerar um pouco mais que o motor corresponde. E as trocas de marcha são imperceptíveis. Até mesmo o sistema start/stop tem um bom funcionamento, com um funcionamento discreto e que nem incomoda. 

De volta ao desempenho, ao menos sem estar com a caçamba cheia de cacarecos, a Ford Maverick tem força de sobra. O ponto alto é conduzir a caminhonete em rodovias. O isolamento acústico é bom e quase não se ouve o som do motor, proporcionando uma viagem de transatlântico. 

Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]
Ford Maverick Lariat [Auto+/Leo Alves]

Em curvas, o acerto de suspensão brilha, mantendo a picape como se estivesse em trilhos. De fato, a condução é o ponto alto desta caminhonete. Quem gosta de dirigir e pretende viajar por horas, tem aqui uma ótima opção na categoria. 

E o consumo não é ruim, tendo encerrado o teste com média de 9 km/l, depois de mais de 500 km rodados. Oficialmente, ela faz 8,8 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada. Vale lembrar que o motor 2.0 turbo só aceita gasolina.

Cadê o espaço?

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Como dito no começo, a Ford Maverick não é necessariamente um veículo compacto. Mesmo assim, o espaço interno para o banco traseiro é bastante limitado. Por ser alto, com 1,87 m, não consigo me acomodar bem na parte de trás. Só conseguiria se os ocupantes da frente fossem menores e conseguissem deixar seus bancos mais recolhidos. 

E, como é tradicional em picapes, o encosto traseiro é bastante reto. Dessa forma, fica difícil se acomodar bem ali. Felizmente, na dianteira a situação é oposta. Os bancos são confortáveis e há espaço para os dois ocupantes. 

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Ainda sobre o interior da Maverick, há uma boa sacada, pois existe um bom compartimento de carga debaixo do banco traseiro. Isso é bastante útil para guardar pequenas compras, mochilas, ou qualquer outro objeto menor que fique fácil de acessar sem a necessidade de abrir a caçamba.

Entretanto, faltou uma saída de ar para quem viaja no banco traseiro. Ao menos há portas USB, para os ocupantes carregarem seus celulares. E felizmente a cabine fica fresca mesmo só com as saídas dianteiras, mas em um país tropical, como o Brasil, seria bom ter uma saída de ar para quem vai atrás.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Outros detalhes não tão positivos

No quesito acabamento, não tem como colocar isso como um ponto positivo da Ford Maverick. Se o visual é bom, o mesmo não pode ser dito dos materiais, já que o uso de plástico impera. Ao menos o couro utilizado nos bancos e no revestimento do voltante é bom. 

Outros pontos que não são tão bons é a central multimídia SYNC 2.5, que tem uma configuração mais antiga e uma tela de oito polegadas, mas que parece ser menor do que de fato é. Além disso, há um pequeno porta-objetos ao lado dela que não serve para muita coisa. O espelhamento do Android Auto e Apple CarPlay é feito somente com fio, mesmo tendo um carregador por indução.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

O painel de instrumentos é predominantemente analógico. Há uma tela de 6,5 polegadas no centro, mas as principais informações são analógicas. Isso não me incomoda, para falar a verdade. Mas entendo que o público que paga R$ 229.500 em um veículo possa querer um visor digital.

Equipamentos da Ford Maverick

Falta também alguns equipamentos para a Ford Maverick. Ela não tem ACC, assistente de permanência em faixa, borboletas para trocas de marcha, sensor de estacionacionamento e sensor de ponto cego. Este último faz falta, já que o retrovisor do motorista é no padrão americano e tem um zoom bizarro e que mais atrapalha do que ajuda. Outro ponto no estilo que os americanos gostam é a seta vermelha na traseira, que fica camuflada quando as luzes estão acesas e com a luz de freio ativada.

[Auto+/Leo Alves]
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Ao menos há frenagem autônoma de emergência, sete airbags, farol alto automático, alerta de colisão frontal e assistente de partida em rampa. É um bom pacote, mas sem dúvidas os itens que faltam tornariam a Maverick ainda mais completa.

Veredicto 

Ao volante, a Ford Maverick é realmente encantadora. Seu tamanho mais compacto do que as caminhonetes médias facilita a convivência em grandes centros, além da dirigibilidade ser uma das melhores no segmento.

[Auto+/Leo Alves]
[Auto+/Leo Alves]

Entretanto, os pontos negativos podem influenciar quem procura o modelo. A questão é que a Maverick é uma caminhonete tão boa ao volante, que quem aprecia uma boa direção, facilmente esqueceria esses detalhes. E alguns deles foram corrigidos na reestilização apresentada há poucas semanas, e que deve chegar ao Brasil em 2025. Mas ao menos a versão atual é competente e pode surpreender ao dar uma volta com ela.

Você teria uma Ford Maverick? Deixe nos comentários a sua opinião.