A Ford E-Transit já havia sido anunciada há alguns meses pela marca americana, mas somente agora pude ter um breve contato com a versão elétrica do modelo comercial. Foi uma volta bastante curta, com cerca de 15 minutos a bordo da versão furgão, mas vale lembrar que o foco desse veículo não é o público geral, e sim quem faz contas para ter o menor custo de operação possível na hora de ter uma frota.
Por isso, primeiro é importante entender as possibilidades que a Ford dá para os consumidores da E-Transit. O veículo está disponível nas carrocerias chassi cabine, com preço bruto de 3,5 toneladas ou 4,2 toneladas, e também na furgão, que pode ter de 9,5 m³ a 15,1 m³ de área para cargas.
Para impulsionar a E-Transit, a Ford optou por um motor elétrico de 269 cv e 43,8 kgfm de torque, e que fica instalado no eixo traseiro. Portanto, a tração vem da parte posterior do modelo e sem a necessidade de um cardã atravessando toda a carroceria.
A autonomia, no ciclo WLTP, é de 317 km, mas a Ford informou que no ciclo do Inmetro deve ser de aproximadamente 200 km. A bateria tem 68 kWh e pode ser carregada em 34 minutos, até 80%, em carregadores de 115 kW e de corrente contínua. Em carregadores de corrente alternada de 11,5 kW, a carga é completada em 8 horas.
Ford E-Transit ao volante
Mesmo sendo um trajeto curto a bordo da versão furgão, deu para notar algumas boas características da E-Transit. Primeiramente, por conta do uso de suspensões independentes nas quatro rodas, o conforto da van lembra a de um automóvel de passeio. Exceto pelo tamanho gigantesco e que pode superar os 6 metros.
No caso do furgão, todas as configurações dele podem ser dirigidas por quem tem habilitação B. No chassi cabine, a versão mais pesada só pode ser conduzida por quem tem a categoria C. Então, a operação do veículo é bastante simples. Basta apertar o botão de partida, escolher o D no seletor de marcha, soltar o freio de estacionamento eletrônico e a E-Transit está pronta para rodar.
A cabine é bem confortável e voltada para o uso profissional, e isso inclui a central multimídia de 12 polegadas. Embora seja sim um item de conforto, aqui ela acaba tendo diversos serviços integrados ao sistema de gerenciamento da marca, o Ford Pass Pro.
Dessa forma, é possível gerenciar o veículo, melhorar a produtividade e manter um contato direto com a engenharia da marca americana.
Boa potência
Outro ponto que chamou a atenção é a potência da van. A combinação de motor elétrico, tração traseira e 269 cv acaba sendo mais divertido do que parece. A E-Transit tem bastante disposição, mas fica a observação que rodei com ela vazia. De qualquer forma, com essa potência, até mesmo se estiver carregada a van deve ter um excelente desempenho.
Vale lembrar que normalmente essas vans com motor diesel não costumam superar os 200 cv. Portanto, a cavalaria da Transit elétrica é mais do que suficiente e supera até mesmo os concorrentes, como a JAC IEV750, que tem 163 cv.
Vai emplacar?
Foi bastante interessante ter dirigido a E-Transit, mas a gente sabe que normalmente os compradores desses modelos não dirigem as vans. Afinal, trata-se de um veículo comercial. Segundo a Ford, a ideia é que primeiro empresas grandes e até órgãos governamentais comprem a Transit elétrica. Depois, empresas médias devem se interessar e assim o uso dos modelos elétricos acaba se popularizando.
O investimento necessário é alto. Os preços começam em R$ 542 mil, para furgão e chassi de 3,5 toneladas, mas a versão chassi de 4,2 toneladas sai por R$ 562 mil. Em compensação, não há gasto com diesel e os modelos elétricos possuem menos peças de desgaste, com manutenção mais simples para o dia a dia.
Resta saber se esses pontos serão suficientes para atrair os interessados em eletrificar suas frotas. Mas ao menos a Ford tem um bom produto nas mãos, e que consegue ser bastante divertido ao volante, mesmo sem ter essa pretensão.
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