O Brasil está bem atrasado no processo de eletrificação. Até hoje nenhum carro elétrico é produzido por aqui, enquanto os únicos híbridos de verdade são os Toyota Corolla e Corolla Cross, além do BMW X5 PHEV. Mas, aos poucos, a eletrificação está chegando. E a Fiat, com Pulse e Fastback Hybrid, dá um passo importante.
Antes de tudo, esses dois carros não são híbridos de verdade. Eles usam um sistema simples de 12V no qual o motor de partida e o alternador são substituídos por um pequeno motor elétrico que remove parte do esforço do 1.0 três cilindros turbo. Como não move as rodas sozinho, não pode ser considerado híbrido.
A Fiat vai bater na tecla de que a lei diz que se 2% do consumo total do carro for feito com energia elétrica, ele é considerado híbrido. No documento consta isso. Mas a lei também diz que o Renault Kwid é um SUV. Ele ele não é. Assim como o sistema da Fiat não é híbrido. Mas ele ajuda Pulse e Fastback? Sim, muito.
Efeitos econômicos
Segundo a , o Pulse Hybrid tem redução de 10,5% no consumo com etanol ou com gasolina. Nessa nova configuração, ele marca 9,3 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol ou 12,3 km/l cidade e 13,9 km/l na estrada com gasolina. Já o Fastback Hybrid teve uma melhora de 9,8% com etanol e de 10,7% com gasolina.
Assim, graças ao sistema eletrificado, o SUV cupê agora consegue fazer 8,9 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada com etanol ou 12,3 km/l cidade e 13,9 km/l na estrada com gasolina. Ou seja, há uma redução de consumo de fato em ambos os modelos e que pode ser ampliada em caso de trânsito intenso. Mas e dirigindo?
Depende do referencial
Se você não dirige o Pulse e o Fastback há tempos, recomendo um truque antes de fazer o test-drive nas versões Hybrid. Procure por um Fastback Sem Nome ou um Pulse Drive na concessionária da Fiat e rode antes das versões eletrificadas. Eles são os únicos que mantiveram o motor antigo.
Depois, parta para os novos modelos. Só assim para sentir uma diferença real. Porque é bem sutil, a ponto de que pessoas mais leigas nem cheguem a notar. Contudo, há uma diferença sentida. Em uma subida, por exemplo, o 1.0 três cilindros turbo de 130 cv e 20,4 kgfm de torque mantém a rotação mais baixa nos Hybrid do que nos normais.
Além disso, é nítido que há uma menor necessidade de pressionar o pedal de acelerador para ter o mesmo resultado. Como o pequeno motor elétrico achata a curva de torque e de potência, entregando em uma faixa mais larga de giro do motor os mesmos 20,4 kgfm, tanto o Pulse quanto o Fastback ficam mais ágeis.
De resto é o de sempre
Fora essa pequena alteração, a Fiat não fez mais mudanças nos dois modelos. Pulse e Fastback são gostosos de dirigir, com suspensão bem robusta, mas boa de curva. Além de direção bem leve, a qual, honestamente, acharia mais interessante se fosse mais firme para uma condução mais prazerosa.
O interior é bem montado e conta com uma boa quantidade de materiais diferentes. Pena que, mesmo depois de anos, o porta-luvas segue desalinhado. Destaque para a ótima e grande central multimídia, que é fácil de mexer e tem tela grande de série em todos os “híbridos”.
Veredicto
Se você já pensava em comprar ou um Pulse ou um Fastback, o novo motor T200 Hybrid não vai mudar tanto assim seu argumento. Ele adiciona uma bem-vinda economia de combustível, junto da redução de IPVA em alguns lugares e pode fugir do rodízio em São Paulo. É uma tecnologia bem feita e necessária para o futuro.
Com o tempo, vários carros devem adotar esse sistema, que se tornará tão comum quanto a injeção eletrônica rapidamente se espalhou para substituir o carburador. Só que, chamar de híbrido é forçar um pouco a barra. Pulse e Fastback não são híbridos de verdade, mas trazem uma tecnologia auxiliar muito importante.
Você teria um Pulse ou um Fastback? Conte nos comentários.