Dizem que os clássicos não morrem, mas se reinventam. Quando chegou em 2012, a Chevrolet Spin rapidamente ganhou um apelido pejorativo pela semelhança da dianteira com um roedor encontrado em abundância na Marginal Pinheiros (SP).

No entanto, espaço interno e versatilidade sempre foram os atributos dessa minivan famosa entre taxistas e famílias numerosas que precisam de amplitude para levar a turma.

A Chevrolet Spin nunca teve a pretensão de oferecer prazer ao dirigir. Pelo contrário, sempre foi fiel à sua proposta e está há mais de uma década rodando pelas ruas brasileiras. Anos atrás, Monza, Opala, Vectra e Zafira eram os queridinhos da praça (há quem ainda sinta falta).

Marketing bem feito da Chevrolet

Uma grande parcela dos consumidores deseja um SUV para chamar de seu; uma paixão nacional que tirou do mapa as peruas e diminuiu a presença dos sedãs. A Chevrolet soube sabiamente continuar e aproveitar esse segmento.

Se em time que está ganhando não se mexe, a decidiu virar a chave da Spin, sem esquecer de uma boa relação custo-benefício.

Para ser versátil não é preciso abrir mão do visual – o monovolume Honda Fit que o diga! Na linha 2025, a Chevrolet Spin recebeu uma injeção de ânimo e, de frente, em nada se parece com a cara de roedor de anos atrás. Ela mudou na hora certa para incomodar o Citroën C3 Aircross, que mistura características de SUV e de minivan.

Olhe atentamente para a Chevrolet Spin. Uma mudança da água para o vinho, não é mesmo? Se a rua é o termômetro do mercado, a minivan já caiu no gosto da praça e, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), no sexto mês deste ano somou 2.253 unidades comercializadas (1.014 do C3 Aircross).

“Dá até vontade de ter uma Chevrolet Spin”

Essa frase foi dita por um amigo ao ver a mudança de hábito da minivan. Exagero ou não, os retoques visuais caíram bem, inegavelmente. Em comparação ao primeiro modelo de 2012, as linhas do exterior evoluíram e ficaram mais atraentes. Essa nova linguagem foi inspirada na Montana, deixando ares de cyberpunk.

Os faróis são de LED nesta versão Premier e o capô mais alto até transmite uma pegada de SUV. No entanto, convenhamos, uma vez minivan, sempre minivan! Outros retoques estilísticos aparecem no para-choque frontal, nas molduras laterais em preto, bem como nas belas rodas de 16 polegadas.

A traseira também mudou, mas pontualmente, exibindo a nova tampa do porta-malas, a régua central, as lanternas de LED com novo arranjo interno e o para-choque traseiro, agora com refletores verticais.

Mais refinada

Ao abrir a porta, mais novidades: logo de cara a Chevrolet Spin mostra os novos materiais empregados no acabamento, com esta versão Premier transmitindo ares de requinte. Recebeu novos painéis de portas, arremates e itens de conveniência.

É evidente o salto qualitativo com o uso de materiais macios ao toque, partida por botão, quadro de instrumentos digital de 8” (é o primeiro carro nacional da Chevrolet) integrado ao sistema multimídia de 11” com conectividade Android Auto e Apple CarPlay sem fio, entradas USB-A e USB-C, wi-fi nativo, carregador por indução e ar-condicionado digital automático.

Um grande ponto alto da Chevrolet Spin está na versatilidade e no espaço interno. Cinco ou sete passageiros se acomodam no interior, mas os dois bancos extras levam apenas pessoas de baixa estatura em viagens curtas, sendo necessário fazer uma certa ginástica para acessar a última fileira.

Pessoas maiores não se acomodam com espaço lá atrás, além de a capacidade do porta-malas diminuir de 553 litros para 162 litros.

A posição de condução é apenas mediana, embora o volante tenha a base reta que ajuda ao sair ou entrar na cabine. Os novos bancos confortá;veis utilizam espumas de boa densidade, enquanto quem viaja na segunda fileira encontra um bom espaço para as pernas e os joelhos por conta dos 2,62 m de entre-eixos, saídas de ar dedicadas e tomadas USB para carregar gadgets.

Ao contrário do Citroën C3 Aircross, que tem os bancos extras removíveis, a terceira fileira do Spin é fixada à carroceria, o que traz pontos positivos e negativos. Eles são rebatidos quando não estão em utilização e disponíveis a partir da configuração LTZ. E para quem curtia a versão com aventureira Activ, uma má notícia: ela saiu de cena.

Segue firme e forte

Mudada por fora e por dentro, mas sob o capô segue o conhecido propulsor de quatro cilindros 1.8 naturalmente aspirado, atrelado ao câmbio automático de seis marchas com opção de trocas sequenciais por um não prático botão na lateral da alavanca de marchas.

Algumas melhorias foram realizadas, e uma delas é a introdução do módulo de gerenciamento do SUV Chevrolet Tracker, que permitiu respostas mais ágeis, assim como uma melhora no consumo de 11%.

De acordo com a marca, isso representa 50 quilômetros extras a cada abastecimento. Já o Programa de Etiquetagem Veicular (PBEV) do , os dados de consumo com gasolina são de 10,5 km/l (cidade) e 13,4 km/l (estrada), enquanto abastecida com etanol faz 7,4 km/l e 9,3 km/l, respectivamente.

O Chevrolet Spin é um carro com reações progressivas e realiza trocas ou reduções mais suaves comparado ao modelo anterior. Essa dirigibilidade também foi complementada com a caixa de direção mais direta e rápida ao esterço.

São pequenas atualizações que deixaram a minivan melhor de conduzir, enquanto as suspensões foram elevadas em 16 mm e equipadas com novos amortecedores, que garantem uma melhor filtragem das imperfeições do asfalto, além de mais conforto.

De todo modo, o Chevrolet Spin não é um carro que enrosca nas valetas ou lombadas mais pronunciadas devido ao ângulo de ataque que passou para 16,6º (+1,1º) e o de saída para 24,4º (+2º). O vão livre do solo é de 17,3 cm.

A dinâmica da Chevrolet Spin também foi aprimorada com as novas bitolas e isso é sentido nas curvas contornadas mais apressadamente, embora a carroceria ainda mostre a tendência de inclinar. Obviamente, muito menos do que era no Chevrolet Zafira, para os saudosistas.

Caso algo dê errado, a segurança subiu um degrau, e agora há seis airbags, alertas de saída involuntária de faixa, alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, indicador de distância do veículo à frente e alerta de ponto cego. Apesar dessas tecnologias, o comando para ajustar os retrovisores segue igual desde os tempos do Astra!

Veredicto

Com uma condução bem resolvida para a proposta, além da versatilidade e o espaço interno, seja para quem trabalha na praça ou tem uma família grande, o Chevrolet Spin é uma escolha acertada.

Pode não agradar a gregos e troianos, mas um ponto é indiscutível: com opção de cinco ou sete lugares, mesmo vivendo de atualizações há anos, ela continua um produto mais acertado, seja em condução, isolamento acústico ou solidez de projeto, comparado ao Citroën C3 Aircross.

A Chevrolet quis dar uma pegada de utilitário esportivo ao Spin, mas convenhamos, ela é uma minivan na essência!

O que você acha da Chevrolet Spin? Escreva nos comentários a sua opinião!

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