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Rainha do conforto

Chevrolet S10 2025 abraça o American Way of Life | Avaliação

 Mais americana do que nunca, Chevrolet S10 vai para uma abordagem diferente das rivais em busca de espaço próprio

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

Fervendo como nunca, o segmento de caminhonetes médias tem novas rivais a todo momento. A chegou (de maneira complicada, mas veio), a Volkswagen Amarok será reestilizada e a Ford Ranger precisou ser renovada para incomodar a Toyota Hilux. Para não ficar de fora, a Chevrolet S10 mudou. Só que mais do que aparenta.

Assim como vai acontecer com a Volkswagen Amarok, a nova Chevrolet S10 ainda é o mesmo modelo de 2012, só que agora reestilizada pela terceira vez e de maneira mais pesada. A GM trocou o motor, mexeu na suspensão e na dinâmica de chassi. Na prática, você tem uma caminhonete completamente diferente.

Brutalmente macia

Um dos grandes motes da nova campanha da Chevrolet S10 é o slogan “brutalmente macia” e…de fato ela é isso. Enquanto a Amarok é a caminhonete da estrada, a Hilux é da terra e a Ranger é a melhor em diversos aspecto, a S10 se destaca pelo conforto a todo custo. A suspensão agora é bem mais macia do que antes, deixando a caminhonete mais confortável.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

Entretanto, essa maciez extra trouxe consigo um comportamento saltitante. Não tanto quanto da Fiat Titano, mas ainda assim é uma picape que pula bastante. A suspensão macia traz como consequência isso, só que o lado brutal que a Chevrolet diz é relacionado com a boa performance da S10 em buraqueiras.

Ela é de fato bem robusta e parruda, vencendo buraqueiras e solavancos sem a menor dificuldade. Na terra ela também vai bem, mas não tanto quanto Hilux e Ranger. Na pegada do conforto também temos a direção elétrica que foi totalmente recalibrada. Mesmo sendo grande, é fácil manobrar a S10.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

O volante exige poucas voltas de batente a batente e entrega uma progressão boa, além de ser leve na hora de estacionar. Agora ele traz regulagem de altura e profundidade, mas segue torto em relação ao centro do banco, fazendo com que o motorista dirija com o braço esquerdo mais esticado do que o direito. Está menos torto, mas é torto.

Não parece, na teoria, mas mudou

Um ponto bastante interessante sobre a nova Chevrolet S10 é o motor 2.8 quatro cilindros turbo diesel. Pode parecer que não mudou nada, mas o conjunto é totalmente novo e agora faz parte da família Duramax. São 207 cv e 52 kgfm de torque, um aumento de 7 cv e 1 kgfm. Só que o comportamento é diferente.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

O motor agora é bem mais silencioso, menos áspero e mais vivo. Boa parte dessa boa performance pode ser creditada à transmissão automática de oito marchas. As trocas são extremamente suaves, mal sentidas e sempre no tempo certo. Se você pisa no acelerador um pouco mais, o câmbio não demora a fazer o motor acordar.

Ficou um conjunto redondo, com entrega de torque fácil e de maneira elástica que mostra que a Chevrolet S10 é pau para toda obra. Mas, como o isolamento acústico interno é bem bom e o motor recebeu manta acústica, cuidado para não ficar mais rápido do que deveria em uma via, porque isso acontece com facilidade.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

Graças ao novo conjunto, o consumo melhorou. A S10 agora marca 9,5 km/l na cidade e 11,4 km/l na estrada. Com um tanque de 76 litros, ela é capaz de rodar 772 km na cidade e 866 km na estrada. Só que, durante nossos testes, a S10 mostrou consumo melhor que o declarado, chegando a 9,9 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada.

Cromado, cromado e mais cromado!

Além de focar fortemente no conforto, como os americanos gostam, a Chevrolet S10 incorporou muitos cromados na dianteira – outra característica tipicamente norte-americana. A frente é até exagerada pois conta com barras horizontais cromadas na grade frontal, que é separada por uma sessão cromada enorme em X.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

E o para-choque também tem cromo na parte inferior, ainda que levemente escurecido para tentar se diferenciar. Tem mais material cromado nas maçanetas, borrachão da porta, linha do vidro, retrovisor, emblemas na traseira, para-choque e maçaneta da tampa da caçamba. Ufa. O resultado de certa maneira envelheceu a S10, mas deu a ela um jeitão bem EUA.

Por dentro, ela incorporou o tema Silveradinho. As linhas são horizontalizadas e bem fortes, com volante praticamente igual da irmã maior. Na High Country há uma larga faixa de couro marrom que adiciona um toque de sofisticação. É um acabamento melhor até do que o da Ford Ranger. Botões emborrachados e o couro do volante chamam atenção.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

A S10 aidna traz painel de instrumentos totalmente digital com tela de alta definição, mas tamanho reduzido e layout que ficou simples demais para ela. Já a central multimídia é grande e fácil de usar, ainda que complique algumas situações como colocar o botão para zerar o hodômetro parcial nela, ao invés de deixar no painel de instrumentos.

Espaço para todos

Os bancos são bem confortáveis e contam com couro mais macio do que antes, além de bordas em tecido. Pena que o painel de portas é o mesmo de 2012, salvo uma pequena mudança na faixa plástica superior. O carpete no bolsão segue intacto. Destaque ainda para os comandos físicos do ar-condicionado que são fáceis de usar.

O espaço interno é bom, sendo que o motorista conta com regulagem elétrica para os bancos. Na traseira, as pernas ficam em posição confortável, assim como o espaço para cabeças e ombros é bom. Abaixo do assento, existem dois porta-objetos fechados com um tampão de carpete, sendo o esquerdo destinado aos equipamentos de troca de roda.

O que vem de série? 

A lista de equipamentos da Chevrolet S10 High Country é grande, especialmente porque estamos falando de uma caminhonete de R$ 307.990. Ela conta com seis airbags, alerta de colisão frontal, alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, câmera de ré, controle de tração e estabilidade, faróis com acendimento automático e assistente de luz alta.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

Há ainda alerta de mudança de faixa, o que caracteriza que a picape tem apenas alertas, mas não intervém na condução do motorista, ficando atrás de todas as rivais mais modernas. Há ainda central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, chave presencial, ar-condicionado digital de uma zona, acionamento remoto do motor e wifi.

Veredicto

Focar em conforto foi a estratégia certa da Chevrolet S10 para se diferenciar das rivais do mercado. Ninguém bate ela nesse quesito. Além disso, o casamento do novo motor 2.8 com o câmbio automático de oito marchas tornou a picape ainda mais gostosa de andar. É bem americana mesmo. Só que ela tem seus pecados.

Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]
Chevrolet S10 High Country [Auto+ / João Brigato]

Pula mais do que deveria e não deu atenção suficiente para os sistemas de auxílio à condução, que apenas avisam ao motorista o que acontece ao invés de intervir em caso de emergência, como acontece com outras picapes. É o sinal da idade que, apesar de ser pesadamente reestilizada e modernizada, a S10 ainda tem raizes em 2012.

Você teria uma Chevrolet S10 High Country ou prefere outra caminhonete média? Conte nos comentários.