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Lançamento do ano chegou com preço acima do esperado

BYD Dolphin Mini: a pequena bola de demolição | Avaliação

Com preço acima do esperado, BYD Dolphin Mini ainda promete ser uma dor de cabeça para outros modelos elétricos e compactos a combustão

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]
BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

Só o tempo comprova quando um carro causa uma revolução ou não. O Volkswagen Fusca só se tornou o que é com muitas décadas de trabalho, o Ford EcoSport é creditado por criar uma febre que ninguém viu surgir e o fez todos os elétricos baixarem de preço. E agora chega o .

Custando R$ 115.800, o BYD Dolphin Mini não só coloca os compactos de entrada para chorar no cantinho de desespero, mas também preocupa versões intermediárias de hatches compactos. Ele é o passo mais profundo de uma real ameaça de um carro elétrico no território de modelos a combustão.

Novo patamar

Um dos pontos que mais chama atenção no BYD Dolphin Mini é seu porte, que não é nada mini. O modelo tem 3,78 m de comprimento, ou seja, 10 cm a mais que um Renault Kwid. Só que são 1,71 m de largura, semelhante a um Hyundai HB20. Só que a altura de 1,58 m é igual a de um Honda HR-V.

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

Ou seja, o Dolphin Mini é largo, alto e curtinho. Só que o entre-eixos de 2,50 m faz diferença. Afinal, o modelo tem rodas bem na extremidade, garantindo mais espaço interno e estabilidade nas curvas. Por dentro, isso fica nítido, especialmente na segunda fileira, onde pessoas altas sentam com bom espaço para ombros e cabeça.

As pernas ficam mais confortáveis do que no Dolphin normal, isso porque os bancos são mais altos e permitem que as pernas fiquem melhor apoiadas. Some isso ao fato de que no Brasil o Dolphin Mini terá, nesse primeiro momento, somente opção de quatro lugares e esse espaço extra se justifica.

Na frente, o motorista conta com banco com ajuste elétrico e volante com ajuste de altura e profundidade. A ergonomia está anos-luz à frente de modelos elétricos de preço semelhante e até de vários compactos a combustão. Só que o porta-malas foi sacrificado, levando tímidos 230 litros. E a BYD ainda esqueceu do tampão no Dolphin Mini.

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

Boa influência

Além do espaço interno acima da média, o acabamento do BYD Dolphin Mini também fica em um patamar à frente. Ele conta com plásticos duros com textura interessante e bem montados. Entretanto, uma faixa larga do painel traz material macio. Nas portas, além do elemento macio, há também uma larga porção em couro onde o cotovelo se apoia. A montagem é bem feita, com encaixes finos.

No console central temos revestimento em couro macio, lembrando bastante o Honda HR-V da geração anterior. Há espaço para muita quinquilharia na parte inferior, enquanto os porta-copos são pequenos. Nas portas, garrafas podem ser acomodadas com facilidade. Destaque ainda para os botões no console, iguais aos do Dolphin maior, para controlar câmbio, funções do sistema elétrico e volume do rádio.

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

O Dolphin Mini traz painel de instrumentos digital de qualidade apenas ok. Os instrumentos na lateral são em tela de cristal liquido, enquanto o computador de bordo é colorido, mas está ainda em inglês. A central multimídia é boa, mas alguns comandos a fazem travar ou apresentar lentidão nítida. Conta com Android Auto e Apple CarPlay conectado via cabo. Há ainda carregador de celular por indução.

Pequeno urbano

Totalmente elétrico, o BYD Dolphin Mini vem com motor de 75 cv e 13,7 kgfm de toque. Ou seja, potência semelhante a muitos modelos 1.0 aspirados, mas torque na faixa de carros com motores maiores. A vantagem, é a instantaneidade da entrega dessa força, precisando apenas de um toque a mais no acelerador para que o pequenino responda.

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

Ele de fato é rá;pido até os 60 km/h, depois disso, sofre. São necessários 14,9 segundos para atingir 100 km/h, tornando o BYD Dolphin Mini o segundo carro mais lento à venda no Brasil, empatado com o Fiat Mobi. A velocidade máxima é de 130 km/h, fazendo com que ele consuma mais bateria na estrada. A autonomia declarada pelo INMETRO é de 280 km, contudo, a vida real entrega mais de 300 km com facilidade.

Durante os testes, o Dolphin Mini aguentou sair de São Paulo e ir a Campinas, depois voltar a São Paulo com uma carga. Lembrando que a distancia entre a capital paulista e a maior cidade do interior é de 100 km. Ou seja, mesmo rodando no pior cenário possível para um carro elétrico, o BYD consegue manejar bem sua bateria.

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

O bom e o mal

Um dos pontos em que o BYD Dolphin Mini mais se destaca é no silêncio interno e na solidez de rodagem. Ele aparenta ser um carro robusto, não fazendo barulho de acabamento e não demonstrando moleza de carroceria, como alguns concorrentes diretos. A direção é bem calibrada, mas prefira um pouco mais de firmeza, necessária para uma condução mais interessante.

Só que o grande ponto que pesa contra o BYD Dolphin Mini é a suspensão. Ela é molenga demais, dando um comportamento de pudim ao hatch elétrico. Ao passar por buracos ou saliências, ele fica chacoalhando de maneira incomoda. Depois de uma feijoada de domingo, é possível que você sinta enjoo ao rodar com ele.

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]
BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

A absorção de impacto é apenas ok, mas o conjunto traseiro tende a bater seco em buracos maiores, lembrando bastante o Hyundai HB20. Nas curvas, ele deita mais do que deveria, um pouco por culpa da carroceria alta, outro por conta da suspensão mole. Para o Brasil, a BYD precisava refazer o conjunto para o mercado brasileiro.

Veredicto

É fato que o BYD Dolphin Mini vai vender absurdamente. O mercado brasileiro esperava por um elétrico de entrada não apenas decente, mas verdadeiramente bom, como ele é. O acabamento está acima da média, a lista de itens de série é boa e só a suspensão que é bem ruim.

BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]
BYD Dolphin Mini [Auto+ / João Brigato]

Ou seja, um pequeno acerto para deixar o Dolphin Mini no ponto certo. Mas dado o custo-benefício, será o primeiro carro elétrico de muita gente. Até mesmo daqueles que juraram nunca largar os carros bebedores de suco de dinossauro.


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