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Jeep Renegade Sport é o SUV do custo-benefício forte | Avaliação

 Faixa de preço onde o Jeep Renegade Sport está posicionado o torna a melhor escolha entre os SUVs compactos no custo-benefício

Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]

Se todos pensassem com as carteiras dificilmente teriam um SUV compacto. Afinal, têm pouco mais de espaço que um hatch, mas custam o dobro, bebem bem mais combustível e não vêm tão equipados em suas versões de entrada. Mas se você é o tipo de pessoa que tem um pouco de racionalidade em sua passionalidade, compre um Jeep Renegade Sport.

Por R$ 128.971, ele não é o SUV compacto mais barato do Brasil, papel do Fiat Pulse Drive 1.3 manual. Contudo, se posiciona em uma faixa onde pega versões intermediárias de alguns rivais e as de entrada de modelos mais sofisticados. Mas será que essa economia vale à pena para levar o Renegade mais barato que tem?

Questão de custos

Um elemento interessante da escada de SUVs da Stellantis é que o Fiat Pulse Impetus topo de linha custa R$ 127.390, exatamente poucos reais abaixo do Jeep Renegade de entrada. Contudo, ambos compartilham alguns itens para que nenhum passe vergonha, por mais que o Jeep esteja em versão de entrada e o Fiat na de topo.

Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Os dois são equipados com central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, frenagem autônoma de emergência, faróis full-LED e assistente de manutenção em faixa. Nesse segmento de preço, nenhum outro SUV compacto possui esses itens, sem exceção. O Renegade ainda vem com seis airbags, contra quatro do primo.

Além disso, a lista de itens de série contempla ar-condicionado analógico, monitoramento de pressão dos pneus, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, banco do motorista com regulagem de altura, volante com ajuste de altura e profundidade, piloto automático, vidros elétricos com função um toque para todos e direção elétrica.

Marcas da entrada

Apesar de ser uma versão de entrada, a Jeep não abriu mão de uma roda de liga-leve decente dessa vez. Em um passado nada distante, o Renegade Sport tinha rodas de aço ou de liga-leve com desenho mais simplório que uma calota. Retrovisores e maçanetas, porém, não tem pintura. Mas a grade tem acabamento preto brilhante.

O interior também evidencia tratar-se de uma versão mais barata. Começa pelos bancos, que são revestidos em tecido totalmente preto, que só tem a quebra de sua monotonia causada por costuras brancas e pontos de relevo no meio. Volante não tem revestimento de couro, mas o material que o reveste é de qualidade.

Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
O maior contraste do Renegade Sport para as demais versões está no painel de instrumentos analógico com tela central monocromática. É o mesmo conjunto que ele usava antes da reestilização em quase todas as versões. É fácil de ler e de usar, mas não tão completo quanto o totalmente digital das demais variantes.

Isso também serve para a central multimídia, que é bem menor que das outras versões, mas traz o mesmo sistema fácil de usar. A tela tem ótima definição e é rápida, além de contar com espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. Há ainda o ar-condicionado analógico, algo raramente visto em um Renegade.

Apesar dessas simplificações, ele mantém o excelente acabamento que só perde para o CAOA Chery Tiggo 5X, mas está muito acima da média da categoria. Toda porção superior do painel é macia ao toque e os plásticos duros que são usados tem qualidade e montagem cuidadosa. Só não espere por muito espaço interno: esse nunca foi o forte do Jeep Renegade.

Quem senta na dianteira tem espaço de sobra, amplificado pelo para-brisa reto que dá ainda mais sensação de espaço. Contudo, as medidas acanhadas do interior do Renegade não fazem dele um bom companheiro para longas viagens com passageiros traseiros. Some isso ao porta-malas de 320 litros, que não é muito maior que o de um Renault Kwid, e terá um SUV para pouca bagagem e pessoas.

Coração renovado

O melhor da reestilização do Jeep Renegade foi a troca de motores. O antiquado e beberrão 1.8 quatro cilindros aspirado morreu em favor do moderno 1.3 quatro cilindros turbo flex. Ele continua um tanto quanto sedento, mas bem menos do que antes e mais econômico que seu irmão 4×4 recentemente avaliado aqui no Auto+.

Enquanto o Renegade Trailhawk 4×4 fez média de 6,9 km/l, o Sport 4×2 ficou com 8,7 km/l, ambos com etanol. É um resultado positivo quando comparado ao CAOA Chery Tiggo 5X que fez 9,4 km/l com gasolina ou o Renault Duster 1.3 turbo que marca 8,1 km/l quando abastecido com etanol.

[Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
A questão é que esse é o carro mais leve da Stellantis a usar esse motor 1.3 turbo (por enquanto, até a estreia do Fiat Pulse Abarth). O resultado é que o Renegade virou um canhãozinho. Acelera muito bem, faz ótimas retomadas e finalmente trouxe ao modelo flex a vivacidade do diesel.

Só que o câmbio não acompanha isso. O automático de seis marchas demora a reagir nas retomadas. Ao pisar forte no acelerador, ele cai de sexta para terceira marcha como se tropeçasse em degraus com leves trancos, uma demora latente e uma indecisão sobre qual marcha ficar. Tanto que descer para terceira é exagero em uma retomada de 80 km/h a 100 km/h.

Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
A transmissão de nove marchas do modelo 4×4 parece se entender um pouco melhor com o motor 1.3 turbo do que a de seis marchas. Falta um câmbio mais moderno para lidar com o motor novinho em folha. Afinal, é o mesmo conjunto que precisava fazer milagre com o motor 1.8 para fazer o Renegade andar.

Alma Jeep

O que destaca o Jeep Renegade de todos os concorrentes, tendo só o Renault Duster que chega perto, é a robustez. Ele é um pequeno tanque de guerra, quadrado e simpático. Piso ruim, asfalto esburacado, terra ou até lombadas passadas em mais velocidade que o necessário são brincadeiras para o Renegade.

Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
A suspensão não reclama ou bate seco ao ser abusada, enquanto a carroceria se mantém exemplarmente sólida. A direção segue pelo toque suave, mas ágil e leve nas manobras. Ela ganha mais peso em velocidades mais altas. Contudo, o sistema de manutenção em faixa é chato, fazendo correções bruscas demais no volante com socos.

Já o start-stop funciona bem, mas insiste em desligar o motor em baixa velocidade quando ainda há necessidade de acelerar por mais alguns metros. A vantagem é que ele liga rápido e mal é percebida sua atuação – diferente de outros modelos que atrapalham no dia a dia.

Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]

Veredicto

Ao pensar mais com a carteira e do que com lado emocional, mas sem deixa-lo de lado, o Jeep Renegade Sport preenche diversos pontos como lista de itens de série competente, ótimo acabamento, dirigibilidade agradável, acabamento acima da média e visual carismático.

Você terá de abrir mão de espaço interno e de alguns mimos, mas o Sport tem tudo que é necessário. Nessa mesma faixa de preço, modelos como Duster Iconic, Kicks Advance ou Pulse Impetus podem parecer mais atrativos, mas entregam poucas coisas a mais que o Renegade, mas sem a mesma robustez do Jeep.

Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]
Jeep Renegade Sport [Auto+ / João Brigato]

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