Se existe uma pista onde a Fórmula 1 pode ver as coisas virarem de ponta-cabeça, de uma hora para outra, é o circuito Gilles Villeneuve. Construído na ilha artificial de Notre Dame, em Montreal, no meio do rio Saint Lawrence, o traçado fica em meio a um parque, lembrando um pouco o que se vê em Melbourne, na Austrália.
É um circuito veloz, mas com muros muito próximos e quase nenhuma margem de erro. Por este motivo, costuma provocar não só uma alteração na relação de forças entre as equipes, mas também um jogo interessante de estratégias, já que as intervenções do safety car são mais frequentes.
“É definitivamente uma das minhas três pistas favoritas, ao lado de Silverstone [na Inglaterra] e Austin [nos Estados Unidos]. Lembra um pouco um traçado de kart indoor. Tem longas retas e você joga o carro contra essas zebras enormes, mesmo sem ter muita área de escape”, comenta Lewis Hamilton.
A primeira vitória dele na Fórmula 1 veio justamente em Montreal, pela McLaren, em 2007, em uma conquista que assombrou o mundo por ter vindo já no ano de estreia (em que disputou o título até o final). No total, Lewis Hamilton já soma seis vitórias nesta pista (2007, 2010, 2012, 2015-2017) e está próximo do recorde absoluto.
O maior vencedor de todos os tempos é Michael Schumacher, que ganhou sete vezes. Hamilton pode igualar esta marca com uma nova vitória no domingo, dia 9. Mas acredite se quiser: ele não está assim tão confiante. “A Ferrari e a Red Bull estarão particularmente fortes neste fim de semana”, alerta.
“Deu pra perceber em Mônaco que todas as grandes equipes estavam mais próximas. Essas equipes conseguiram um bom pacote de evolução técnica e se aproximaram, o que é legal de ver. Aqui, não há muitas curvas e as retas são longas. A Honda conseguiu encontrar um bom ritmo e a Ferrari é melhor de reta desde o início do ano”, comenta Hamilton.
Some-se a isso a tradição de Montreal em produzir corridas malucas, e o piloto inglês pode ter, sim, motivos pra se cuidar. Nos 4,3 km do circuito, serão três pontos de ativação da asa móvel (DRS), que facilita as ultrapassagens. Um na reta principal, outro na reta oposta e mais um na reta que antecede a chicane do chamado ‘muro dos campeões’.
O trecho recebeu este apelido depois que os campeões Michael Schumacher, Damon Hill e Jacques Villeneuve acertaram o muro no mesmo fim de semana, em 1999. O GP do Canadá é a sétima etapa da temporada, que tem a liderança de Lewis Hamilton, e será disputado neste domingo, às 15h10 no horário de Brasília.
Tiago Mendonça, de Montreal
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