Enquanto deveríamos contemplar os feitos atuais de Lewis Hamilton, hexacampeão do mundo, recordista de pole positions e dono de 84 vitórias na F1 (apenas sete a menos do que Michael Schumacher), nos perguntamos: onde é que o piloto inglês da Mercedes ainda pode chegar? Sua conquista mais recente foi no último domingo, no pouco movimentado GP de Abu Dhabi.
Hamilton foi mais uma vez o piloto que menos oscilou ou cometeu erros durante o campeonato. Suas piores atuações foram na Alemanha, debaixo de chuva, escapando da pista e fazendo bobagens como cruzar a linha do pit lane; e aqui no Brasil, onde foi afoito nas últimas voltas em busca de uma vitória que já não estava mais ao alcance.
De resto, demonstrou incrível consistência, marcando presença no pódio em 80% das corridas (17 de 21 etapas). Essa regularidade permitiu a ele praticamente aniquilar qualquer concorrência – exceto a do insosso companheiro de equipe Valtteri Bottas – já no meio do ano. No total, foram onze vitórias.
Uma temporada perfeita, certo? Hamilton diz que não. “Em alguns momentos, sinto que deveríamos ter sido mais velozes”, comenta. A frustração é em relação ao número de pole position: foram ‘apenas’ cinco neste ano, contra sete da sensação Charles Leclerc, da Ferrari. Mas a verdade é que campeonato não se ganha com pole position.
Em 2020, as regras da Fórmula 1 permanecem razoavelmente estáveis, o que pode dar à Hamilton e à Mercedes a chance de continuar dominando a categoria. É a oportunidade de ouro para que ele possa quebrar todos os recordes, alcançando enfim os sete títulos de Michael Schumacher. Pelo que se vê nas declarações dele, motivação não vai faltar.
Segundo colocado no GP de Abu Dhabi, Max Verstappen viveu um ano de altos e baixos. Teve vitórias incríveis como na Áustria, na Alemanha e no Brasil, levando a Honda de volta ao topo do esporte como parceira da Red Bull, e terminou em terceiro lugar na tabela de pontos, seu melhor desempenho desde a estreia.
Visto como futuro campeão mundial, espera-se mais dele e da própria equipe. Mas pra isso terão de superar o domínio da Mercedes, que já dura seis anos. O ponto alto de Verstappen no ano foi a reconstrução de sua rivalidade com o monegasco Charles Leclerc, que vem desde os tempo do kart.
Na vitória obtida na Áustria, por exemplo, Leclerc choramingou em torno de uma certa agressividade do adversário. O que aquela corrida mostrou é que, embora seja extremamente veloz e tenha feito a vida de Sebastian Vettel virar um inferno dentro da Ferrari, Leclerc ainda é um bom moço – e precisa de casca grossa se quiser se dar melhor na briga com Verstappen (e com os demais).
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