Uma das marcas mais engajadas na eletrificação no Brasil, a Audi oferecia, até então, somente modelos totalmente elétricos ou modelos a combustão levemente eletrificados por um sistema híbrido leve. Mas faltava o meio termo, um modelo híbrido que tivesse as vantagens dos dois lados da moeda. E esse papel agora é cumprido pelo Audi Q5 TFISe.

Rival direto do Volvo XC60, o Q5 híbrido estreia em duas versões e com duas opções de carroceria. Já começa aí a vantagem em relação ao concorrente, visto que somente o Audi tem carroceria cupê. Na Volvo, para ter um SUV cupê, é preciso descer para o segmento inferior e pegar algo totalmente elétrico.

Para rivalizar com o modelo sueco que domina o segmento, a Audi convocou o motor 2.0 TFSI quatro cilindros turbo de 265 cv e 37,7 kgfm de torque para se aliar ao elétrico de 143 cv e 35,7 kgfm. Juntos entregam 367 cv e 51 kgfm, responsáveis por levar o SUV médio aos 100 km/h em 5,3 segundos.

Tudo é gerenciado por um câmbio automatizado de dupla embreagem com 7 marchas. As trocas são verdadeiramente rápidas, mas imperceptíveis mesmo em modo mais esportivo. Mas o que chama atenção é a transição entre os motores. É praticamente imperceptível dado o cuidado da Audi no isolamento acústico e de vibrações.

Esperteza e não estupidez

O resultado é um carro de respostas ágeis e rápidas, mas nada estúpido como é o Volvo XC60. A pegada do Audi Q5 fica evidente nessa hora: é um carro confortável, sereno e silencioso, mas que tem respostas a contento quanto precisa. Ou seja, vai fazer uma ultrapassagem fácil, retomar sem o menor pudor, mas não vai te grudar no banco ou dizer uau.

Condizente com essa ideia, ele tem suspensão macia. É boa para longas viagens na estrada, onde se mantém comportado e com pouca movimentação de carroceria. Ao mesmo tempo, entrega robustez em terrenos difíceis e asfalto ruim. É um carro que não reclama de andar em locais pouco propícios, ao passo que permanece em silêncio.

O interessante do sistema da Audi para o Q5 híbrido é que ele conta com tração quattro independentemente do motor que usa. Tanto o elétrico quanto o 2.0 TFSI ficam na dianteira e prioritariamente usam as rodas da frente para se movimentar. Mas ele pode jogar força para a traseira quando necessário, mesmo que esteja só no modo elétrico que roda até 135 km/h e até 56 km com carga completa.

Houve até um momento em que a Audi levou o Q5 para a lama e, surpreendentemente, ele encarou muito bem essa aventura. Os carros da marca alemã não são conhecidos por serem ávidos do off-road, mas encararam terrenos difíceis como se fossem a rampa do estacionamento do shopping. Verdadeiramente surpreendente.

Precisão alemã

Sendo o modelo intermediário entre os SUVs da Audi, o Q5 entrega uma interessante precisão alemã. Não é um modelo com interior extremamente refinado, mas é luxuoso no ponto certo. Ao mesmo tempo, surpreende pelo espaço interno farto, mesmo no Q5 Sportback com seu teto curvado e que roubaria, em tese, espaço para a cabeça.

É um carro que leva quatro pessoas confortavelmente sem que ninguém reclame de espaço. Um quinto passageiro não parece muito bem-vindo por conta do desenho do banco e do túnel central mais alto. Porta-malas de 465 litros no Q5 e de 455 litros no Q5 Sportback são mais do que suficientes para muita tralha dos passageiros.

O desenho da cabine é sóbrio, mas muito bem cuidado em ergonomia. Tudo está no local esperado e não há utilizações infames, como colocar o ar-condicionado na central multimídia. Elementos que precisão de botões, estã;o lá, enquanto a central serve de complemento e realiza suas próprias funções. É um carro muito fácil de conviver.

Veredicto

Por R$ 435.990 na versão Performance ou R$ 461.990 na Performance Black, valores que sobem para R$ 465.990 e R$ 491.990, respectivamente, se optar pelo Sportback, o Audi Q5 híbrido se encaixa a partir da versão intermediária do Volvo XC60 e o ultrapassa na carroceria cupê – algo que só ele tem.

É um território complicado de se entrar, visto a dominação do modelo da Volvo. Só que o Audi Q5 traz consigo a grande estrela da marca alemã: tração quattro. Além disso, é um carro de refinamento dinâmico e técnico bem evidente. Aos que buscavam uma alternativa no segmento ao Volvo XC60, finalmente encontraram um concorrente à atura.

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